Açoriano Oriental
Aumento das exportações portuguesas passa pelo Brasil
Portugal tem grande potencial para aumentar as suas exportações para o Brasil, revela um estudo inédito que será apresentado a empresários portugueses, em Novembro, divulgaram hoje os organizadores.

Autor: Lusa / AO online
O estudo "O Potencial de Exportação de Produtos Portugueses para o Brasil" será apresentado durante uma missão comercial promovida pelas nove câmaras portuguesas de comércio no Brasil, entre 11 e 18 de Novembro, em Portugal.

As palestras sobre o estudo serão realizadas em Viana do Castelo e Lisboa, seguidas por encontros de negócios com representantes das câmaras da Baía, Ceará, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.

"Existe um grande mercado potencial para os produtos portugueses no Brasil", salientou à agência Lusa o presidente da Câmara Portuguesa de Comércio no Ceará, Rômulo Alexandre Soares, um dos organizadores da missão.

"O que falta é a ligação entre os importadores brasileiros e os exportadores portugueses, o que pretendemos realizar nesta missão, para que Portugal consiga aumentar as suas exportações para o Brasil", disse o responsável.

Actualmente, as exportações portuguesas para o Brasil estão concentradas em 18 produtos, que representaram 83,3 por cento do montante exportado entre 2004 e 2005, com destaque para o azeite, responsável por 24 por cento do total.

Além do azeite, merecem destaque na pauta de exportações portuguesas para o Brasil os minérios de cobre, óleos lubrificantes, máquinas e equipamentos, que juntos representaram apenas 0,3 por cento do total das importações brasileiras.

As exportações brasileiras para Portugal, por seu turno, estão concentradas em 20 produtos, com destaque para o petróleo bruto, que ascendeu a 296,2 milhões de dólares, no período em análise, cerca de 30 por cento do total.

"Vale a pena realçar que o fluxo bilateral é dominado por produtos de menor grau de elaboração, fenómeno que é mais importante nas exportações brasileiras", refere o estudo.

O fluxo comercial apresenta uma pequena diversidade de produtos e a pouca coincidência entre eles, "proporcionando uma grande complementaridade no comércio bilateral e indicando um razoável potencial de expansão comercial".

Entre os 50 principais produtos do comércio bilateral, apenas 16 são coincidentes entre os dois países e não apresentam participação elevada nas importações e exportações de ambos.

"Verifica-se, assim, uma grande complementaridade nas pautas de exportação e importação dos países, indicando a grande vantagem comparativa existente no comércio bilateral", refere o estudo.

Para analisar o potencial de crescimento das exportações luso-brasileiras, o estudo seleccionou 120 produtos, divididos em 19 grupos, correspondentes a 13,7 por cento das exportações portuguesas (4,6 mil milhões de dólares) e 11 por cento das importações brasileiras (7,6 mil milhões de dólares), no período em análise.

As exportações portuguesas desses 120 produtos para o Brasil foram, no mesmo período, de apenas 42,5 milhões de dólares, o que representou uma quota de mercado de 0,6 por cento, sendo que apenas 25 desses produtos apresentam uma quota maior que um por cento.

Entre os grupos analisados, três deles representam 2/3 das exportações portuguesas e 61,5 por cento das importações brasileiras, como veículos, partes e peças, máquinas e materiais eléctricos e máquinas e instrumentos mecânicos.

A análise revelou que os principais concorrentes de Portugal são outros 24 países da União Europeia, seguidos directamente pelos Estados Unidos, Argentina, China e Japão.

"É de extrema importância notar que os principais concorrentes de Portugal na União Europeia são países que não possuem nenhuma vantagem significativa em relação a ele, visto que não existem preferências comerciais e que os acordos comerciais dos países da UE são comuns a todos os países do bloco", salienta o estudo.

"Tendo em vista que a trajectória recente das importações brasileiras tem sido de forte expressão, especialmente nos últimos anos, como resultado do crescimento da demanda interna e da valorização da taxa de câmbio, há a formação de uma conjuntura extremamente favorável à aproximação comercial entre Brasil e Portugal", conclui.

Realizado pela Fundação de Comércio Exterior (Funcex) do Brasil, o estudo foi patrocinado pelo Conselho das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil e pela Agência de Investimento e Comércio Exterior de Portugal (AICEP), com o apoio técnico da empresa Cisa Trading.
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