Autor: AOnline/LUSA
"Penso que ainda não batemos no fundo porque ainda estamos a ver uma deflação de custos consistente", disse o chefe do departamento de pesquisa sobre matérias-primas, Ed Morse, numa reunião do Instituto Internacional de Finanças, que decorre em Lima, no Peru.
A opinião de Morse contrasta com a da Pacific Investment Management, uma das maiores gestoras de fundos do mundo, com mais de 1,5 triliões de dólares em ativos, que antecipou na sexta-feira que a quebra nos preços está provavelmente terminada.
"O declínio no preço das matérias-primas está basicamente terminado", defendem os vice-presidentes da Pimco Greg Sharenow e Nic Johnson num comentário citado pela Bloomberg.
O preço do petróleo nos mercados de referência começou a cair no verão de 2014, e desceu para mais de metade do pico alcançado em junho do ano passado, colocando as economias dos países produtores de petróleo em sérias dificuldades para equilibrar os orçamentos e obrigando as grandes petrolíferas a elaborarem planos de contingência para responder à descida das receitas.
Em agosto, o preço de referência do crude em Londres e Nova Iorque caiu para mínimos de seis anos e os preços mais baixos estão a ter "um impacto significativo na aceleração do crescimento da produção", analisou o vice-presidente da Pimco Greg Sharenow.
O petróleo de Brent, a referência para os mercados internacionais, fechou na sexta-feira nos 52,65 dólares por barril.
As divisões entre os analistas revelam-se também nas previsões que as próprias petrolíferas fazem para a evolução dos preços do petróleo.
A maior petrolífera brasileira, a Petrobras, antecipou que o preço vai acelerar para os 55 dólares por barril, quando antes a previsão apontava para os 70 dólares por barril.