Autor: Lusa/AO Online
“Não é o facto de o Governo dos Açores estar a desenvolver todo este trabalho” de elencar “oportunidades de investimento” que “isenta o Governo da República da sua responsabilidade, de ter nesta matéria uma ação muito efetiva, uma ação muito atenta quanto à defesa dos interesses dos Açores e dos interesses do país. Nem isenta o Governo dos Estados Unidos da América da sua responsabilidade de honrar uma parceria estratégica de 60 anos”, afirmou Vasco Cordeiro, em entrevista à agência Lusa.
Perante a anunciada diminuição da presença norte-americana na base das Lajes, na ilha Terceira, a partir de 2014, Vasco Cordeiro salientou que a tutela regional “está a fazer tudo o que está ao seu alcance, dentro daqueles que são os mecanismos que estão à sua disposição, para defender os interesses dos Açores nesta matéria”.
O objetivo é “defender, em primeiro lugar, os interesses dos trabalhadores e suas famílias da base das Lajes e também para defender os interesses da economia da ilha Terceira”, disse.
No entanto, acrescentou, “é necessário, e certamente que isso está a ser feito, da parte do Governo da República, uma ação empenhada e atenta quanto à atuação que se requer nesta matéria, para que esta parceria, este acordo, esta presença dos EUA numa parte do território nacional, ao longo de cerca de 60 anos, não seja reduzida a nada”.
O governante diz que este processo não o deixa descansado: “Não estou tranquilo nem relação ao Governo da República, nem em relação aos EUA, nem em relação a esta matéria”.
Contudo, isso não significa que Vasco Cordeiro não confie no Governo da República.
“Até haver compromissos devidamente assumidos e clarificados, eu não descanso”, respondeu, dizendo a seguir que acredita e está “certo” de que, “da parte do Governo da República, em especial da parte do Ministério dos Negócios Estrangeiros, há esta atenção, este cuidado e este empenhamento no que tem a ver com a defesa dos interesses dos Açores, dos trabalhadores portugueses da base das Lajes”.
O presidente do Governo dos Açores insistiu ainda em que "a decisão dos EUA, em si", não afeta a "relação estratégica" os dois países, mas "há algo que pode pôr em causa essa relação”: se a forma como esta decisão for implementada “não tiver em consideração a situação dos trabalhadores e das suas famílias”.
“Não podemos cair numa situação em que se usa uma determinada instalação, em que se usa um património de outro país durante cerca de 60 anos e chega uma altura em que se diz: vamos embora e agora tratem daquilo que são as consequências da diminuição da nossa presença”, acrescentou.
Vasco Cordeiro disse ainda que, no entanto, o Governo regional continua a dar “passos concretos” nesta matéria.
“Há um conjunto de medidas que estão em curso, que estão programadas e planeadas e que a seu tempo irão ser tornadas públicas, à medida que vamos atuando e vamos dando passos concretos em relação a esta matéria”, afirmou, sem revelar mais pormenores.
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