Autor: Lusa / AO online
Criada para combater a insuficiência dos sistema de “ferry boats”, moroso e difícil, a ponte é atualmente atravessada diariamente por 150.000 veículos e por 150 comboios.
Segundo informação da Estradas de Portugal, o crescimento demográfico excessivo nas zonas urbanas e suburbanas a norte de Lisboa e a necessidade de promover a ocupação humana da margem sul foram outras razões que levaram o Governo da altura a investir numa ponte sobre o Tejo em Lisboa.
Desde que a ideia foi lançada até ao lançamento de um concurso público internacional e à escolha de um projeto, decorreram 77 anos.
Durante esse período foram apresentadas 12 ideias para a ponte e a sua localização, das quais quatro da autoria de engenheiros portugueses, três de espanhóis, três de norte-americanos, uma francesa e uma alemã.
A primeira proposta registada é a do engenheiro Miguel Pais, que em 1879 sugeriu a construção de uma ponte mista, rodo e ferroviária, entre o Grilo e Montijo, com tabuleiro duplo, semelhante à Ponte Eiffel em Viana do Castelo.
Apesar do grande apoio pelos meios técnicos, esta ideia não teve seguimento.
As outras propostas que se seguiram sugeriam ligar o Chiado a Almada, a Rocha do Conde de Óbidos a Almada, o Beato ao Montijo e Santa Apolónia a Cacilhas.
Entretanto, em 1942, no pós-guerra, a ideia de se construir a ponte sobre o Tejo em Lisboa foi relegada para segundo plano, quando o Governo decidiu privilegiar uma solução mais modesta, que implicasse um menor investimento.
Por isso, em 1951 era inaugurada a ponte Marechal Carmona, em Vila Franca de Xira, numa zona onde o leito do rio era mais estreito.
Oito anos depois foi finalmente lançado o concurso público internacional para a construção da ponte suspensa sobre o rio em Lisboa.
A obra foi adjudicada à empresa norte-americana United Steel Export Company e iniciaram-se a 05 de novembro de 1962, com um prazo de execução de 51 meses.
Quarenta e cinco meses depois, a empresa norte-americana dava a obra por concluída.
Com 2.277,64 metros de comprimento, a ponte foi preparada para resistir à ação do vento até velocidades de 175 quilómetros/hora e apresentava no pavimento uma conjugação de grelha aberta e fechada para assegurar a estabilidade aerodinâmica.
Na altura, o custo da obra foi de dois milhões e duzentos mil contos (cerca de 11 milhões de euros, sem ajustes à inflação).
Chegaram a estar envolvidos na construção da ponte 3.000 operários por dia e registaram-se apenas quatro mortes.
A ponte passou a ser chamada Ponte Salazar (ainda que a sua designação legal se mantivesse Ponte Sobre o Tejo), em honra ao Presidente de Concelho.
Na altura, era a maior ponte suspensa da Europa e a quinta maior do mundo.
Atualmente é a sexta maior da Europa e a 21ª do mundo.