Largaram do porto francês de Saint-Malo no domingo 91 embarcações, entre as quais a do velejador português Ricardo Diniz, mas, pela manhã de hoje, pelo menos seis já tinham abandonado a corrida em solitário e quatro outras estavam de regresso ao porto francês para reparações.

Na origem dos abandonos esteve, essencialmente, o mau tempo: ventos de 30 nós (cerca de 54 quilómetros por hora) e mar bravo ao largo da costa da Bretanha.

A "vítima" mais renomada foi o candidato à vitória Thomas Coville (no veleiro Sodeb'O Ultim, de 31 metros), terceiro na última edição da Route du Rhum, em 2010.

O francês, de 46 anos, disse que estava a se deslocar a cerca de 40 nós (75 quilómetros por hora), na noite de domingo, quando atingiu um cargueiro e arrancou um dos "braços" do seu trimaran. O velejador disse que se apercebeu de dois cargueiros perto de si e ainda tentou manobrar com o motor, mas embateu na popa de um dos navios.

"Tive a sensação de ter atingido um camião com uma mota. O momento em que lhe acertei foi o pior da minha vida", declarou Coville, que se dirigiu ao porto francês de Roscoff.

O antigo campeão olímpico do salto com vara Jean Galfione (no veleiro Serenis Consulting) foi outro dos afetados pela tempestade, embatendo a sua embarcação com uma bóia apagada. Já François Angoulvant teve de ser resgatado de helicóptero [e levado para Brest], após ter perdido o leme do seu class40.

O homem que liderava a prova às 12:00 de hoje, o francês Loic Peyron, no veleiro Banque Populaire VII, descreveu as condições de mar como "dantescas".

O "sprint" transatlântico em solitário termina em Guadalupe, um arquipélago nas Caraíbas.