Numa publicação divulgada hoje na sua página na rede social facebook, após um debate de urgência levado pelo PS, esta semana, ao parlamento açoriano, sobre a SATA, Francisco César sublinha que a importância da transportadora aérea para a mobilidade dos açorianos, para a economia e para o emprego “obriga a uma avaliação séria do presente e do futuro da companhia”.
“A atual situação do grupo exige mais do que discursos: exige responsabilidade, rigor e coragem para corrigir trajetórias que já demonstraram não servir o interesse regional. Podem contar connosco para continuar a defender soluções que salvem, de facto, a SATA e coloquem sempre os Açores no centro das prioridades”, lê-se na publicação.
Francisco César sustenta que “a promessa de salvar a SATA”, incluindo a SATA Air Açores, que assegura as ligações aéreas entre as nove ilhas dos Açores, “parece cada vez mais difícil”, considerando que, “ao fim de quase cinco anos e de muitos milhões investidos”, a situação “piorou”.
“A situação é hoje, infelizmente, pior do que era em 2020”, aponta o líder regional do PS, que defende a necessidade de “soluções urgentes e estruturais que assegurem estabilidade e futuro” à SATA e aos seus trabalhadores, “homens e mulheres que, apesar da instabilidade e dos incumprimentos salariais, continuam a dar o seu melhor para que a companhia continue a cumprir o seu papel”.
O líder do PS/Açores, e deputado na Assembleia da República, lembrou que no debate parlamentar realizado na terça-feira, o PS apresentou três propostas “essenciais para garantir a viabilidade do grupo e a proteção da SATA Air Açores”.
“Essas propostas passam pela separação efetiva das administrações do grupo SATA, com escolha, através de empresa especializada em recrutamento, de gestores qualificados para esta área, pela revisão da posição da Região sobre o handling no diálogo com Bruxelas e pelo reforço da fiscalização parlamentar no processo de privatização da SATA Internacional”, assinala o socialista, na sua publicação.
Francisco César alerta ainda que “a mera repetição de expectativas de mudança não gera a transformação necessária e conduz apenas a insucessos reiterados, marcados por falta de transparência e por decisões desarticuladas e duvidosas”.
Assegura ainda que o PS “estará sempre disponível” para “ser parte da solução para a viabilização do grupo” e que o partido manterá “uma postura de responsabilidade e de compromisso com o interesse regional”.
No início de dezembro, foi anunciado que o presidente da administração da SATA, Rui Coutinho, apresentou a demissão do cargo. Entretanto, o Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) anunciou que vai nomear o diretor financeiro, Tiago Santos, para a liderança do grupo.
Antes, em 24 de novembro, o consórcio Atlantic Connect Group apresentou uma proposta de 17 milhões de euros por 85% da capital social da Azores Airlines, tendo o Governo dos Açores solicitado à Comissão Europeia a prorrogação do prazo para a privatização da companhia por um ano, até 31 de dezembro de 2026.
A Azores Airlines teve prejuízos de 33,3 milhões de euros até setembro, segundo um comunicado do Grupo SATA, que destacou que houve uma melhoria de 5% face aos primeiros nove meses de 2024.
Em junho de 2022, a Comissão Europeia aprovou uma ajuda estatal portuguesa para apoio à reestruturação da companhia aérea de 453,25 milhões de euros em empréstimos e garantias estatais, prevendo medidas como uma reorganização da estrutura e o desinvestimento de uma participação de controlo (51%).
Francisco César defende "rigor e coragem" para soluções que "salvem" a SATA
O líder do PS/Açores defendeu “responsabilidade, rigor e coragem” para garantir a viabilidade da SATA e proteger os trabalhadores, alertando que a situação da companhia aérea está “pior do que era em 2020”, apesar de “muitos milhões investidos”.
Autor: Lusa
