Autor: Lusa/AO Online
"Tenho privilegiado este ponto de vista, de favorecer para a família dos socialistas e democratas europeus a figura do alto representante" da Política Externa da UE, disse Luís Amado à entrada de uma reunião dos chefes da diplomacia dos 27.
Estes responsáveis europeus estão a preparar a reunião dos chefes de Estado e de Governo da UE que terá lugar quinta e sexta-feira em Bruxelas, que no entanto não deverá tomar uma decisão sobre esta questão.
"O perfil é importante, mas mais importante, do meu ponto de vista, é um acordo de princípio" entre as principais famílias políticas europeias sobre a divisão dos cargos, insistiu Amado.
O chefe da diplomacia portuguesa é da opinião que, tendo o Partido Popular ganho as últimas eleições europeias e estando um seu militante, José Manuel Durão Barroso, no lugar de presidente da Comissão Europeia, seria agora "do ponto de vista político mais equilibrado" que o lugar de alto representante, que acumula com uma das vice-presidências da mesma instituição, fosse atribuído a um socialista.
Para Luís Amado, o debate dos chefes de governo europeu irá centrar-se, no final da semana, na resolução dos problemas colocados pelo presidente da República Checa à ratificação do Tratado de Lisboa.
Este acordo negociado entre os 27 prevê a criação de dois cargos importantes: o presidente do Conselho Europeu e o alto representante da Política Externa europeia - uma espécie de ministro dos Negócios Estrangeiros da UE.
"Se o entendimento que prevalecer for que o presidente do Conselho Europeu (deve) pertencer ao Partido Popular Europeu, a figura de Tony Blair [ex-primeiro-ministro trabalhista britânico] está fora de questão", disse Luís Amado.
O chefe da diplomacia considerou mesmo assim que o nome de Blair é "credível e importante", como o embaixador de Portugal junto das instituições europeias, Manuel Lobo Antunes, já tinha defendido segunda-feira.
Os líderes europeus não se deverão pronunciar esta semana sobre quem irá ocupar os lugares em jogo.