Autor: Nuno Martins Neves
O
superintendente chefe Barros Correia exerceu o cargo de comandante
regional dos Açores entre 2008 e 2014 e agora assume a direção nacional.
Uma escolha que agradou António Santos, do SINAPOL, que recorda a
atuação que o agora diretor nacional da PSP teve na Região.
“Durante os 7 anos em que dirigiu o Comando Regional dos Açores, foi o responsável pela sua organização e foi impulsionador das relações com o Governo Regional, tendo celebrado um protocolo ao abrigo do qual o valor das coimas da PSP Açores é alocado à região, o que tem vindo a colmatar algumas deficiências”, afirmou, lembrando que Barros Correia é um “conhecedor” da realidade açoriana, e que “por onde passou revolucionou para melhor, pelo menos do que temos vindo a saber, no que diz respeito à operacionalidade da PSP”.
Mas para poder resolver alguns dos problemas que afetam a atuação da polícia na Região, António Santos reitera que terá de haver um “forte investimento” da República.
“Se o governo central não olhar de outra forma, haverá uma dificuldade acrescida do Diretor Nacional, por muita vontade e experiência que tenha. Mesmo com o diálogo que mantém e sempre manteve com os sindicatos, não conseguirá fazer milagres”.
Entre as questões que considera premente resolver, o representante da SINAPOL sinaliza a necessidade de tornar a profissão mais atrativa, para rejuvenescer a PSP.
“Todos os anos estão a atingir o limite de idade, e as entradas não conseguem colmatar as saídas. Havendo investimento nos salários e suplementos e ajudas de custo - que não são atualizados há mais de uma década - isso facilitará a atuação do diretor nacional”.
António Santos, que pretende estar na audiência que a SINAPOL solicitou com Barros Correia, acredita que com a sensibilidade para a Região do novo diretor nacional, “estou convicto que algo poderá melhorar na PSP na Região”.
Para Paulo Pires, da ASPP-PSP, destaca o profundo
conhecimento da instituição que Barros Correia tem, o que poderá ser um
importante aliado na função.
“É um oficial conhecedor profundo da polícia, sabe os meios em que pisa, conhece muito bem a instituição PSP, em particular o Comando Regional dos Açores e a Região Autónoma dos Açores. Muitas vezes, alguns diretores nacionais não conhecem o terreno, mas o Barros Correia tem noção da dispersão geográfica e das dificuldades que nós temos”.
Contudo, “ser bom diretor nacional ou não”, diz, dependerá “das condições políticas que lhes vão dar”.
O sindicalista reconhece a capacidade de diálogo do novo diretor nacional e aponta a falta de efetivos na Região como um dos grandes problemas que gostaria de ver atendido no imediato.
“Embora o comandante
regional dos Açores e o Ministro da Administração Interna continuem a
dizer que não, há falta de efetivos e por isso é que a esquadra
principal do Comando Regional Açores fecha ao sábado e ao domingo, só
com um elemento no seu interior. E noutras ilhas, os efetivos quando vão
a uma ocorrência fecham a esquadra”.
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