Açoriano Oriental
Sentimento de pertença deve ser alimentado - Presidente do Governo dos Açores

O presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, afirmou que o sentimento de pertença deve ser alimentado ao comentar a declaração unilateral de independência da Catalunha, em Espanha.

Sentimento de pertença deve ser alimentado - Presidente do Governo dos Açores

Autor: Lusa/AO Online

"Esta questão tem dois grupos fundamentais, aqueles que privilegiam a forma ou a ausência dela em detrimento da questão de substância e os outros que acham que basta a questão de substância, não se preocupando com a forma para que possam levar adiante o seu intento", começou por dizer aos jornalistas Vasco Cordeiro, na Ribeira Grande, ilha de São Miguel, onde acompanhou o Presidente da República no âmbito da deslocação que Marcelo Rebelo de Sousa está a fazer ao grupo oriental do arquipélago dos Açores.

Para o chefe do executivo açoriano, "só quando essas condições estiveram reunidas é que do ponto de vista de funcionamento da própria democracia estão reunidas as condições para que o assunto não peque por não ter em consideração toda a sua envolvência".

Considerando que há leis e procedimentos que devem ser seguidos, o governante adiantou que há, também, "uma matéria, uma vontade que não é eliminada apenas com a invocação de questões de forma".

"O que gostaria de salientar é que é muito importante que neste trabalho de fazer as partes sentirem-se integrantes do todo haja um permanente cultivar dessa identidade, dessa relação, como por exemplo esta visita do senhor Presidente da República e muito bem faz - ressalvadas as devidas distâncias, obviamente -- em relação à forma como os açorianos se podem sentir também parte do todo", continuou.

Segundo Vasco Cordeiro, é importante "ter a consciência de que este entendimento da parte se sentir integrante do todo não é inevitável".

"É preciso cultivá-lo, criar as condições permanentemente para que, do ponto de vista do respeito, pelas especificidades, do ponto de vista da consideração daquelas que são as ambições, as vontades, se possa criar este sentido e este cimento de unidade", referiu.

Adiantando tratar-se "de um assunto interno de Espanha", Vasco Cordeiro opinou não lhe parecer que "as coisas estejam a seguir um caminho do qual possa resultar algo de bom e de positivo", o que "lamenta profundamente".

"Compreendendo os argumentos de ambas as partes, uns ancoram-se na forma ou na ausência dela, outros acham que basta a substância para o assunto ficar resolvido, as regras da democracia não são assim na minha perspetiva e o que me parece neste momento de salientar é a consciência de que não é inevitável que haja sempre um perfeito entendimento, ele deve ser cultivado, ele deve ser alimentado, ele deve ser nutrido nesse sentimento de pertença".

O parlamento regional catalão aprovou na sexta-feira a independência da Catalunha, com 70 votos a favor, 10 contra e dois votos em branco.

Pouco depois, o senado de Espanha autorizou, por maioria absoluta, o governo de Madrid a aplicar o artigo 155.º da Constituição, que suspende a autonomia da região.


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