Autor: Lusa/AO Online
Os países não foram especificados oficialmente pelas autoridades russas.
Segundo a agência de notícias estatal TASS, trata-se de negociações com Estados sobre ligações aéreas que foram interrompidas após o início da guerra na Ucrânia.
Citado pela TASS, o diretor das Rosaviatsia, Dmitry Yadrov, anunciou que os ministérios dos Negócios Estrangeiros, da Economia e dos Transportes da Rússia estão a trabalhar em conjunto para desenvolver as ligações aéreas internacionais.
"Estamos em diálogo com as autoridades das companhias aéreas de vários países, uma vez que muitas delas, que anteriormente interromperam os voos (para a Rússia), estão prontas para os restabelecer", disse o diretor da agência de transportes aéreos russa.
Yadrov disse que as companhias aéreas russas estão prontas para estabelecer ligações para alguns "desses países", mas precisam de garantias de que vão receber um serviço adequado e que não vão ficar sujeitas a restrições por causa das sanções internacionais impostas após o início da guerra na Ucrânia.
Atualmente, a Rússia tem voos diretos para 38 países, 17 dos quais são efetuados por companhias aéreas russas e estrangeiras.
Devido à invasão russa da Ucrânia, em 2022, dezenas de países agiram contra a Rússia, cortando as ligações aéreas com o país.
Além dos países da União Europeia, a lista dos Estados que não efetuam estas ligações aéreas inclui a Noruega, o Reino Unido e o Canadá.
Em 28 de fevereiro de 2022, a Rússia também fechou o espaço aéreo a 36 países.
Em 2023, a Rosaviatsia propôs às companhias aéreas nacionais a possibilidade de voos diretos para a Coreia do Norte.
A Rússia assinalou recentemente a intenção de produzir pelo menos 200 aeronaves até 2030 para compensar a retirada de aparelhos pertencentes a companhias aéreas estrangeiras que deixaram o país e que foram nacionalizadas.
De acordo com a televisão pública britânica BBC, a Rússia produziu apenas sete aeronaves entre o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, e o final de 2024, em comparação com 13 aeronaves em 2021.
As sanções também têm impacto na importação de componentes necessários para o fabrico dos aviões sendo que as empresas russas foram obrigadas a desmantelar parte da frota para reutilizar peças destinadas a reparar os aviões em dificuldades.
Para contornar as sanções europeias, Moscovo importou, em 2023, componentes de aviões no valor de dois mil milhões de dólares a uma empresa registada no Gabão.