Açoriano Oriental
Robótica é cada vez mais importante no estudo do mar

O Faial acolheu recentemente a Escola de Verão em Robótica Marinha, com a participação de 20 alunos de seis países, entre eles quatro estudantes de mestrado do instituto Okeanos, que puderam pôr em prática conhecimentos cada vez mais importantes para a investigação marinha

Robótica é cada vez mais importante no estudo do mar

Autor: Rui Jorge Cabral

O Faial acolheu a segunda edição da Escola de Verão em Robótica Marinha, que demonstrou a importância cada vez maior da utilização e do domínio da robótica e das novas tecnologias na investigação dos oceanos.

Presentes estiveram vinte alunos de seis nacionalidades diferentes - Alemanha, Brasil, Egito, Estados Unidos da América, Índia e Portugal - entre eles quatro alunas de mestrado do Instituto Okeanos da Universidade dos Açores, que puderam partilhar e receber conhecimentos não só na área da robótica marinha, como também da biologia, ecologia marinha e oceanografia.


Os participantes na Escola de Verão em Robótica Marinha puderam trabalhar com um AUV (sigla inglesa para Veículo Subaquático Autónomo), da Universidade do Porto, que à vista desarmada parece um torpedo, mas que na verdade é um importante instrumento de recolha de dados do oceano, controlado à distância por rede móvel ou por satélite e sem a necessidade de um cabo que o ligue a uma embarcação ou a um operador.

Este veículo autónomo esteve durante cerca de um dia a fazer mergulhos sucessivos até aos 100 metros, percorrendo uma área triangular previamente definida, recolhendo dados de salinidade, temperatura e pressão da coluna de água.

Conforme afirma em declarações ao Açoriano Oriental o diretor do Instituto de Investigação em Ciências do Mar da Universidade dos Açores - Okeanos, Gui Menezes, a realização deste curso foi não só importante para os alunos dos Açores poderem “conviver com outras áreas científicas”, como também para “aprender mais sobre as novas tecnologias de estudo dos oceanos”.

Isto porque, explica Gui Menezes, cada vez mais se estão a utilizar tecnologias que recorrem a veículos autónomos para o estudo dos oceanos, sendo esta uma “oportunidade para engenheiros, biólogos e oceanógrafos, em grupos multidisciplinares, perceberem quais são os desafios que cada uma dessas áreas traz para o estudo dos oceanos”.

Os oceanos enfrentam hoje importantes desafios para a sua preservação e, por isso, “vamos precisar cada vez mais de tecnologias mais expeditas e com menos custos para recolher informação de monitorização de alguns parâmetros oceanográficos”, explica Gui Menezes. 

Conforme refere o Okeanos em nota de imprensa, a Escola de Verão em Robótica Marinha foi uma iniciativa conjunta do Okeanos; do LSTS – Laboratório de Sistemas e Tecnologia Subaquática da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto; do MIT - Instituto de Tecnologia de Massachusetts e do Programa MIT Portugal. Teve também como parceiros o AIR Centre; o CoLab +ATLANTIC; a Fundação Gaspar Frutuoso e a Escola do Mar dos Açores, contando ainda com o apoio do Governo Regional dos Açores.

As boas condições para o acolhimento desta Escola de Verão em Robótica Marinha, que agradaram muito a todos os participantes nacionais e estrangeiros, incentivaram o Okeanos a acolher no futuro mais edições deste evento com o objetivo de o “tornar num curso de referência” a nível internacional, afirma Gui Menezes, para quem as instalações da Escola do Mar,  que foram cedidas para este evento, são únicas, de grande qualidade e muito adequadas para a realização desta Escola de Verão no futuro, caso se mantenha esta parceria.

Uma situação que traz mais-valias à Região não só ao nível científico, mas também pela divulgação turística que faz das ilhas tendo, por exemplo, os participantes ficado encantados com a possibilidade de observar, em pleno porto da Horta, uma baleia-pigmeu, algo a que nunca tinham assistido espontaneamente. 

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