Açoriano Oriental
Redução do número de freguesias “não poupa um tostão ao erário público”
O presidente da Câmara de Coimbra, Barbosa de Melo (PSD) criticou quinta feira à noite a prevista redução do número de freguesias em Portugal, argumentando que “não poupa um tostão ao erário público”.

Autor: Lusa/AO Online

Intervindo, na Figueira da Foz, numa tertúlia sobre o projeto governamental de reorganização administrativa, Barbosa de Melo classificou a redução de freguesias como “um fator de diversão”.

“Estamos aqui a criar um fator de diversão da verdadeira discussão e essa sim é que devia ser feita. Os modos de financiamento, as competências, aí é que nós devíamos estar a perder o nosso tempo a discutir e não neste fator que é relativamente acessório e não poupa um tostão ao erário público”, afirmou.

O autarca de Coimbra lembrou que 35 anos de poder local em Portugal contribuíram para “mudar a face” do País.

“Fez-se muitas coisas boas mas exagerando algumas vezes, assim como o Estado, a administração central exagerou. Gastou dinheiro a mais, dinheiro que não tinha, como algumas autarquias também o fizeram, hoje temos piscinas que não têm gente como temos autoestradas que não têm gente”, argumentou.

Admitindo que “todos” andaram “a gastar demais”, agora é necessário repensar o modelo de administração do País, disse.

“Mas há muitas coisas muito mais importantes do que pensar em fundir ou não fundir freguesias.

O que eu tenho pena é que o verdadeiro debate da reforma local, que é fundamental fazer hoje em Portugal, não se esteja a fazer porque estamos todos agora entretidos com esta questão de mais freguesia, menos freguesia”, frisou.

Também o presidente da Câmara da Figueira da Foz, João Ataíde (PS), criticou a “metodologia” da reforma da administração local defendida pelo Governo, alegando que “contraria a boa intenção dos objetivos” e sustenta-se em critérios “desfasados da realidade” das autarquias.

Já Fernando Costa, o autarca social democrata que lidera há 27 anos o município das Caldas da Rainha, centrou parte da sua intervenção na redução da despesa através da diminuição do número de vereadores a tempo inteiro.

“Querem reduzir despesas reduzam vereadores a tempo inteiro, reduzam chefes de divisão. O meu concelho tem 52 mil habitantes, [a Câmara] tem três chefes de divisão e chegam. Palmela tem 30”, exemplificou.

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