Autor: Lusa/AO Online
A retinopatia diabética é a principal causa de cegueira na idade activa e o Estado "gasta 195 milhões de euros anuais" com esta patologia, alerta a SPO em comunicado.
Em vésperas do Dia Mundial da Diabetes, que se assinala a 14 de Novembro, a SPO lança o repto para evitar a cegueira motivada por esta causa.
"O rastreio e o tratamento precoce representam custos diminutos", quando comparados com "os gastos e as consequências de uma actuação tardia", segundo o coordenador do Grupo Português de Retina e Vítreo, Rufino Silva.
A mesma fonte afirma que a despesa estatal com um doente cego em idade activa - que deixa de pagar impostos e requer pensões e tratamentos - "ronda os 15 mil euros por ano", ou seja, os 13 mil casos estimados deste tipo de cegueira "resultam em gastos na ordem dos 195 milhões de euros" por ano.
Por outro lado, as estimativas indicam que o número de diabéticos será cada vez maior.
A SPO cita dados da Organização Mundial de Saúde segundo os quais "na ausência de uma intervenção urgente, as mortes por diabetes deverão aumentar em mais de 50 por cento nos próximos 10 anos".
A SPO defende que cerca de 90 por cento dos três mil casos de cegueira que se estima surgirem todos os anos devido à retinopatia diabética poderiam ser evitados.
O Estudo da Prevalência da Diabetes em Portugal, divulgado este ano, indica que 11,7 por cento da população portuguesa entre os 20 e 79 anos é diabética.
Segundo a SPO, não há ainda números precisos sobre a prevalência da retinopatia diabética no país, mas estima-se que 250 mil pessoas sofram da doença, das quais 25 mil terão alguma deficiência visual e 13 mil estarão cegas.
"Um diabético tem 25 vezes mais probabilidades de cegar", sublinha a SPO.
Além do apelo para o rastreio, os especialistas deixam alguns conselhos aos cidadãos: adoptar uma dieta saudável, fazer exercício físico moderado diariamente, controlar o peso, o açúcar no sangue, a tensão arterial e o colesterol e realizar anualmente um exame ao fundo ocular.