Solidariedade

"Rabo de Peixe Sabe Sonhar" precisa de um milagre

A Companhia de Jesus  quer continuar a ensinar as crianças de Rabo de Peixe a sonhar com um futuro melhor.


Mas o projecto “Rabo de Peixe sabe Sonhar” depende totalmente “da entrega das pessoas”, “da generosidade dos benfeitores”, e, este ano, a congregação dos padres jesuítas ainda não conseguiu reunir o montante necessário para concretizar uma iniciativa que, desde há cinco anos, junta duas centenas de crianças numa colónia de férias em Agosto.


“O Senhor Santo Cristo é o Senhor desta colónia”, diz o padre Paulo Teia que está convencido que “os milagres vão acontecer”.


A colónia que começou em 2004 com 80 crianças, este ano tem 250 inscritas e vai envolver 80 animadores. Tendo por alvo crianças e jovens da vila de Rabo de Peixe, entre os cinco e os 18 anos, o projecto dá prioridade a crianças de famílias com maiores necessidades e com o maior número de irmãos dentro da faixa etária que a colónia cobre.

 

Na colónia, durante nove dias (de 5 a 13 de Agosto), entre as 8h00 e as 17h00, na Escola Básica das Capelas (que todos os anos cede as instalações para o projecto), as crianças encontram ocupação (através do teatro, de actividades adaptadas ao seu escalão etário e das idas à piscina), mas principalmente através de um acompanhamento individualizado.

 

“Procuramos que se sintam amadas e valorizadas e que possam conhecer outras referências nas suas vidas” e não desistam de estudar. Como explica o padre jesuíta que coordena o projecto, “o nosso intuito é abrir horizontes e fazer com que as crianças possam ver que a realidade delas é circunstancial e que existe mais mundo para além de Rabo de Peixe - existem outras formas de vida, outras profissões, outras maneiras de estar”.


Após cinco anos de trabalho com as crianças que todos os anos voltam à colónia, padre Paulo Teia sente que o projecto está a dar frutos. “Sabemos que a colónia de férias é uma gota de água”, diz, mas através  “da maneira como se referem à vida, da maneira como projectam o seu futuro”, sente que “há outra forma de pensar”.


Este ano, pela primeira vez,  haverá mesmo um grupinho de jovens  que fará um acampamento de cinco dias (em vez de frequentar as actividades da colónia das 8h00 às 17h00) - “é um grupo que tem frequentado a colónia nos últimos anos, do qual nós esperamos que saiam os primeiros animadores de Rabo de Peixe”.


O projecto precisa, no entanto, “da ajuda das pessoas de boa vontade”. “Este ano ainda não temos todas as crianças apadrinhadas, seria muito bom que mais alguém quisesse possibilitar que uma criança pudesse ter umas férias tão agradáveis como as que os próprios filhos vão ter”, diz o mentor do projecto. Cem euros pagam a colónia de férias a uma criança. E as empresas também podem ajudar, com produtos alimentares ou gasóleo (para o transporte das crianças e animadores), por exemplo.


O projecto tem um custo muito elevado, primeiro o custo das passagens aéreas dos animadores pesa no orçamento  - embora haja um grupo de voluntários de Ponta Delgada, a maioria dos 80 animadores vem dos centros universitários da Companhia de Jesus em Braga, Porto, Lisboa e Coimbra. E depois porque o projecto envolve “250 crianças que pagam um valor muito simbólico (um euro e meio por criança)”, explica Paulo Teia.


Consolidar o projecto educativo, no sentido de que pudesse ter continuidade durante todo o ano, é o grande milagre que o padre Paulo Teia gostaria de ver concertizado.  “Temos três momentos no ano onde vimos e estamos com as crianças - Natal, Páscoa e Verão”, adianta. Mas “gostaríamos muito que o milagre de um terreno e de uma ajuda substancial aparecesse” para criar um espaço onde fosse possível prestar apoio a estas crianças durante todo o ano.
Para ajudar, poderá contactar o Convento da Esperança ou a Companhia de Jesus, ou fazer uma transferência bancária (Nib: 0033 0000 4532 8553 8640 5).

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