Açoriano Oriental
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Escola Secundária da Lagoa

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Proteção ambiental desde tenra idade



As preocupações com a proteção ambiental, com a preservação da natureza, no seu todo, tem sido uma temática transversal cujas mensagens nem sempre são eficazes mas que a pouco e pouco vão fazendo algum eco. É urgente agir, formar e informar, e todos somos responsáveis, cada um na sua medida, por desenvolver ações concretas. O Neurónio esteve à conversa com a Maria Inês Caetano, uma aluna da ESLagoa do 7º Ano de escolaridade que desde há dois anos tem vindo a desenvolver uma ação de limpeza na orla costeira. Acredita que outros fazem ou irão fazer o mesmo para SALVAR os Oceanos e o Planeta.

Como surgiu este teu interesse pelas questões do ambiente?

Quando eu fui para uma nova escola, a Escola Roberto Ivens, no 5º ano, estive numa turma onde se desenvolveram alguns projetos, uns sobre animais, sobre a natureza, as plantas. Nós demos também a poluição e foi a partir desse momento que vi que alguma coisa não estava bem no nosso planeta e que nunca antes me tinha apercebido disso. Quando via lixo pelo chão não sabia que muito dele poderia ser reciclado. Só no 5º ano eu percebi mesmo para que servia a reciclagem. Foi nessa altura que eu percebi que o planeta estava a ficar doente e que nós estávamos a correr perigo. Foi então a partir daí que decidi começar a mudar alguns dos meus hábitos até hoje.

E começou, então, muito cedo esta tua preocupação com a proteção ambiental. Mas sei que gostas muito do mar e é para a proteção da costa que dedicas muita da tua ação. Porquê?

Eu não sei explicar muito bem, mas sinto que tenho uma ligação muito próxima com o mar. Eu gosto muito dos oceanos e de tudo que tem a haver com o mar e não faz sentido que eles estejam como estão neste momento. Vejo muitas notícias e reportagens e ficava muito assustada, mas agora, parece que este é o estado normal, mas é um estado normal muito perigoso.

Nas tuas ações de limpeza, qual é o tipo de lixo mais frequente na beira-mar?

É sempre o plástico!

Tu fazes alguma coisa no teu dia-a-dia para evitar usar plásticos?

- Sim. Tenho, por exemplo, uma garrafa de água reutilizável que trago comigo para a escola.

Costumas chamar a atenção das outras pessoas, dos teus pais para a utilização dos plásticos?

- Na minha família estão todos atentos e eu não deixo que eles falhem. Até os meus avós também já mudaram de hábitos. Se eles não cumprirem, eu fico triste e eles ficam muito consumidos com eles mesmos. Eu tento explicar que devem ter sempre cuidado todos os dias para não deixar escapar qualquer lixo para fora dos seus lugares.

A tua ação e a das pessoas que te são próximas é importante. Mas sabes que seria muito bom que mais pessoas agissem como tu!

- Sim! Eu ainda sou bastante nova e não tenho um poder  muito grande para espalhar esta mensagem. Mas ela vai espalhando-se sozinha. Eu vou fazendo com que pessoas próximas de mim, com amigas minhas, com a minha família. Depois… espero que elas tentem também partilhar com outras pessoas esta mensagem. Mas o ideal seria mesmo que por todo o mundo todos agissem assim.

E os teus amigos? Como é que vão reagindo?

- Normalmente, esta mensagem entra por um ouvido e sai por outro. Só tenho duas ou três amigas que fixam estas palavras, mas depois no seu dia a dia esquecem algumas vezes de cumprir. Por exemplo, uma delas, apresentou um trabalho onde se viam as consequências da seca rigorosa no Algarve, mas, ao mesmo tempo ela gostava muito de fazer “Slime”, e esta brincadeira consome e desperdiça mesmo muita água. Ela tinha mesmo muitos e eu perguntei-lhe porque é que ainda o fazia. Ela respondeu-me que sabia disso, que era verdade, mas…. Que aquilo era a sua vida e tinha que a deixar ser feliz! Eu não lhe respondi, por que o que ela disse também é verdade, mas pensei comigo… “como é que depois te vais divertir se não houver condições de vida?”

- Vais agora imaginar que tinhas cinco minutos para falar com alguém importante ao nível das decisões políticas sobre o ambiente. O que é que lhe dizias?

Eu acho que essa pessoa, para ser um decisor ao nível do ambiente, já deveria estar bem informado sobre os diversos problemas. Uma pergunta seria sobre a desflorestação da amazónia, porque é que se deixa avançar tão rapidamente o processo da desflorestação?  Perguntaria ainda porque é que não se pode voltar ao que era antigamente. No tempo dos meus avós e bisavós, não havia tanta poluição porque não havia produtos descartáveis e quase tudo era reutilizável. Os produtos eram vendidos a granel e cada pessoa tinha os seus sacos, os seus recipientes. Não havia sacos nem embalagens de plástico. Era preciso voltar a esses hábitos.

Na tua opinião, o plástico está a ser o grande inimigo do planeta?

Isso é verdade, sim, mas não é só o plástico, mas sim também as atitudes das pessoas. O plástico, só por si, não az mal à natureza se for devidamente reciclado e não for parar a outro lado onde não devia estar. As pessoas, bastantes, não têm consciência daquilo que fazem. Cada uma pensa que só polui um bocadinho… deixam também voar alguns plásticos sem se preocuparam onde é que ele vai parar. Cada pessoa deve ter sempre esta preocupação, todos os dias. Neste momento é preciso ter algum cuidado com a Covid19, mas não podemos parar.

Achas que a pandemia está a conseguir mudar alguma coisa nos hábitos das pessoas?

Eu acho que há muito mais poluição e também muito desperdício. As máscaras são abandonadas em qualquer lugar. Desperdiça-se muito desinfetante. Há muita coisa que podia ser diferente e que podia começar com ações mínimas da cada pessoa.                                                                                                                            

Inês, tu tens a noção da necessidade de mudar-se o comportamento com a natureza. Mas há muita coisa que talvez não tenhas aprendido na escola. Queres dizer-nos como o fazes, como desenvolves esse teu conhecimento?

Eu conheço os problemas e as suas consequências, mas há muitos que não acreditam que algo de grave possa acontecer. Mas o que nós vemos em diversas zonas do mundo prova a necessidade de se fazer algo. Fui conhecendo e aprendendo, fi descobrindo com o que via na televisão,  em alguns documentários. Gosto de ver programas sobre a natureza e gostava mesmo de, na universidade, seguir um curso de Biologia.

- Vejo que tens uma máscara muito bonita, também com uma mensagem relacionada com esta tua ação em torno da preservação ambiental.

Quando recebemos as máscaras da escola, em tecido, pensei em decorar e personalizar. Pedi à minha avó, que sabe bordar, para escrever SAVE e depois fez também um planeta. Assim, de uma forma gira, acho que também consigo passar alguma mensagem.

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