Açoriano Oriental
PCP/Açores diz que "empresas estratégicas devem ser públicas"

O PCP/Açores defendeu esta quarta-feira que a pandemia reforçou a ideia de que "as empresas estratégicas devem ser públicas", considerando que no caso da elétrica açoriana (EDA), o Governo Regional deve recuperar o capital na posse de privados.

PCP/Açores diz que "empresas estratégicas devem ser públicas"

Autor: Lusa/AO Online

"Se algumas conclusões se podem tirar dos efeitos desta pandemia, uma delas será a necessidade de rever as posições que o Governo Regional detém na EDA. É preciso e necessário que uma empresa como a EDA seja pública e esteja ao serviço da região, é necessário iniciar-se esse processo de aquisição da parte que está na posse de capital privado", sublinha o PCP/Açores, em nota enviada à imprensa.

A empresa de eletricidade dos Açores é detida em 51% pela região e em 49% por privados.

Segundo a direção regional do PCP (DORAA), a retoma da economia requer "investimento público, em primeiro lugar, para relançar a economia e estimular o investimento privado", mas "para haver também investimento privado é preciso que as empresas não sejam descapitalizadas".

"É necessário garantir que setores estratégicos da economia estejam sob controlo público, ao serviço da região e não dos lucros. O PCP/Açores defende e considera prioritário que se estabeleçam opções claras para que não sejam distribuídos os dividendos da EDA e se criem as condições necessárias para que a mesma seja 100% pública e ao serviço da região", lê-se na nota de imprensa da DORAA.

No momento em que "os trabalhadores veem os seus rendimentos reduzidos e os pequenos empresários fazem grandes esforços para que as suas empresas consigam sobreviver", os comunistas entendem que "não faz sentido a distribuição de dividendos pelos acionistas da EDA".

"Temos exemplos de como os grupos económicos mantêm as suas benesses intocadas. Disso é exemplo a distribuição de 16,5 milhões euros aos acionistas da EDA, por um lado, e, por outro, a empresa ter de se endividar para fazer face a investimentos que serão necessários realizar no próximo ano", aponta o partido, liderado na região por Marco Varela.

O PCP defende que os dividendos “sejam aplicados nos investimentos que é necessário realizar e se reflitam na diminuição da fatura paga pelos açorianos".

"As respostas encontram-se no serviço nacional e regional de saúde, no ensino público, na segurança social pública, no setor público empresarial regional, como a EDA, o grupo SATA (transportadora aérea açoriana) e a conserveira de Santa Catarina", frisa o PCP/Açores.

O partido reforça ainda que "as respostas que são necessárias dar para a retoma da economia regional, seja na educação, na solidariedade social, no fornecimento de energia, nos transportes aéreos, no setor energético, neste contexto como em qualquer outro, na saúde, dependem do Estado".


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