Açoriano Oriental
Política
Museu da Autonomia lançado por César quase consensual
A intenção do Governo dos Açores em criar um Museu da Autonomia, no seguimento de uma proposta da Coordenação dos Palácios da Presidência e de um projecto a desenvolver pela Direcção Regional da Cultura, é praticamente consensual entre antigos responsáveis políticos da Região Autónoma.
Museu da Autonomia lançado por César quase consensual

Autor: Pedro Lagarto

Carlos César anunciou, no último fim-de-semana, a intenção de criar um museu centrado na História dos Açores, na afirmação açoriana e na relevância da sua identidade, exibindo, no seu roteiro museológico, as razões pelas quais se deve ter orgulho em se ser açoriano. Na ocasião apontou toda a zona do rés-do-chão do Palácio da Conceição, em Ponta Delgada - onde funciona a Galeria dos Autonomistas - como local para a sua instalação. Reis Leite, antigo presidente da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, foi o primeiro a dizer de sua justiça, no jornal Diário Insular, posteriormente corroborada no jornal Açoriano Oriental. Segundo Reis Leite, "não faz sentido criar um Museu da Autonomia porque esta é para ser vivida e construída e não algo que morreu e que se meta numa sala". O antigo presidente da Assembleia Legislativa Regional considera que "os documentos relativos ao esforço autonómico já estão disponíveis nos museus e bibliotecas regionais para os estudiosos e público em geral, pelo que não há motivo para se "meter" a Autonomia num museu". Em suma, defende que "se deve viver a Autonomia" considerando ser "bizantina" a ideia do Governo Regional criar aquele museu. Mas Reis Leite parece estar isolado na sua apreciação. Para Mota Amaral, antigo presidente do Governo Regional dos Açores, a ideia "é interessante". A propósito, recorda que "a Autonomia tem o seu passado, bem antigo, com mais de cem anos, e é natural que se preserve essa memória junto dos cidadãos". De acordo com o antigo presidente do Governo Regional, a Autonomia "é dinâmica, aliás como recentemente ficou bem patente com a revisão do Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores e, deste modo, o Museu poderá dar um contributo para divulgar, quer as raízes históricas, quer a própria progressão da Autonomia". Álvaro Monjardino, antigo presidente da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, também não vê inconveniente na criação de um Museu da Autonomia. "Actualmente, um museu não serve apenas para as coisas do passado, portanto, a ser criado, que seja virado para o futuro", diz. Também Dionísio Sousa, outro antigo presidente da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, é favorável à implementação de um Museu da Automomia. Refere que se trata de uma "ideia fecunda" em que se pretende recordar o passado que "neste caso é fonte de inspiração para o presente e para o futuro". Dionísio Sousa afirma não vislumbrar "grande diferença" em haver um Museu da Autonomia e uma Galeria dos Autonomistas, ou até uma Biblioteca da Autonomia, aliás uma questão muitas vezes levantada no Parlamento, embora sem concretização. Dionísio Sousa precisa que "se justifica a criação de um Museu da Autonomia, quer pela sua história viva - que se pode completar - quer ainda pelo facto dos museus não serem hoje acervos de coisas velhas e inúteis mas algo de dinâmico". Em suma, refere, "lembrar o passado não é condenar o presente nem inviabilizar o futuro e este Museu com certeza que obedecerá a uma coordenação e programação que permitirá conciliar as exigências do progresso autonómico com o seu passado".

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