Açoriano Oriental
Tenor italiano
Mundo chora morte de Luciano Pavarotti
O italiano Luciano Pavarotti faleceu ontem, vítima de cancro no pâncreas. Considerado um dos melhores tenores de sempre, Pavarotti encantou plateias com a sua imponente figura, a soberba barba escura e um sorriso cativante
Mundo chora morte de Luciano Pavarotti

Autor: Luís Pedro Silva / Lusa
O tenor italiano Luciano Pavarotti, 71 anos, morreu ontem de madrugada na sua casa, em Modena, Itália, após uma longa luta contra um cancro no pâncreas.

Pavarotti tinha sido hospitalizado em Agosto, mas nas últimas semanas estava em sua casa, rodeado da família, depois de ter sido operado em Julho do ano passado a um tumor no pâncreas.

O agravamento súbito do estado de saúde do cantor lírico tinha sido noticiado quarta-feira à noite pelos meios de comunicação social italianos, alguns dos quais classificando-o como “gravíssimo”. A confirmação da morte aconteceu ontem, durante a madrugada, tendo a notícia espalhado rapidamente na cidade de Modena, levando as autoridades policiais a estabelecerem um cordão de segurança em torno da casa do tenor.

O estado de saúde do músico tinha vindo a piorar desde a intervenção cirúrgica ao pâncreas em 2006, situação que motivou o cancelamento da digressão de despedida com mais de 40 concertos pelo mundo inteiro.

Pavarotti não era visto em público há vários meses, Apesar disso, tinha anunciado a sua disposição em retomar a digressão de despedida no início deste ano, desejo esse que não se veio a concretizar.

No início do presente Verão, numa homenagem ao tenor realizada na ilha de Ischia, perto de Nápoles, a mulher de Pavarotti afirmou que o seu marido estava bem de saúde e que estava a preparar o lançamento de um disco.

“Nunca se pode saber bem com esta doença, mas acho que Luciano se vai safar, ele está bem. Está a terminar um quinto ciclo de quimioterapia, não perdeu um único cabelo e acima de tudo nem emagreceu”, afirmou na altura Nicoletta Mantovani.

Reacções da morte em Portugal

A açoriana Gabriela Canavilhas, presidente da AMEC (Associação Música, Educação e Cultura), realçou o papel desempenhado por Luciano Pavarotti na “mundialização da grande música clássica”.

Num comentário a propósito da morte do cantor italiano, distinguiu o “papel importantíssimo que Pavarotti desempenhou na divulgação da ópera e do grande mundo lírico”.

“Foi o maior fenómeno de comunicabilidade na cena lírica mundial. Mais do que um músico era um cantor, com um enorme instinto e um apurado sentido de carreira que o levou sempre a trilhar caminhos de sucesso, escolhendo os papéis mais adequados”, comentou.

Para Gabriela Canavilhas, o facto de Pavarotti ser “o paradigma do cantor do show-business” não invalidou “a altíssima qualidade do seu instinto musical e da sua vocalidade”, da qual destacou a correcta dicção.

A cantora lírica Ana Paula Russo classificou a voz de Luciano Pavarotti como “a mais bela voz de tenor que se conhece”, numa reacção à morte do cantor de ópera italiano. Além de bela, a cantora lírica descreveu ainda a voz do tenor como a “mais fácil e mais notável”. Na sua opinião, a morte de Pavarotti é “irreparável”, considerando “absolutamente chocante perder-se uma voz e um talento únicos”.

O director da Companhia Portuguesa de Ópera, Pedro Chaves, afirma que o tenor italiano levou a ópera “para fora do público tradicional”, conseguindo encantar multidões.

Teatro Municipal dedicado a “Big Luciano”

O autarca da cidade italiana de Modena, onde nasceu e morreu Luciano Pavarotti, anunciou que vai propor que o Teatro Municipal seja dedicado ao “Big Luciano”, como era conhecido o tenor.

Giorgio Pighi adiantou que vai propor que o Municipal, como é conhecido o templo da música de Modena, seja rebaptizado com o nome de Pavarotti, falecido ontem aos 71 anos, vítima de um cancro no pâncreas.

“Deixou-nos um grande artista, um homem bom. Pavarotti deu prestígio a Modena”, disse Giorgio Pighi, acrescentando que a morte do congrado tenor causou “grande dor” aos modenenses por se tratar de uma pessoa de “grande generosidade”. “É um momento de luto e de comoção, mas orgulhamo-nos de ter conhecido e admirado uma das maiores personagens da nossa época. É uma sorte e um privilégio para os modenenses que, estou certo, devolverão com gratidão e participação”, sublinhou.
PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados

Este site utiliza cookies: ao navegar no site está a consentir a sua utilização.
Consulte os termos e condições de utilização e a política de privacidade do site do Açoriano Oriental.