Açoriano Oriental
Mostra de partituras de Alfredo Keil na Bibilioteca Nacional e de telas em Colares
Por ocasião do centenário da morte de Alfredo Keil, que se completa quinta-feira, a Biblioteca Nacional organiza uma exposição de várias partituras escritas e impressas além de libretos e catálogos.

Autor: Lusa/AO
A exposição, patente até ao final do mês na Sala de Referência da Biblioteca Nacional (BNP), ao Campo Grande, em Lisboa, inclui documentos provenientes dos fundos de Música da BNP e do Fundo Pavia de Magalhães do ex-Instituto Português do Património Cultural.

    Quinta-feira, o catedrático da Universidade Nova Paulo Ferreira de Castro proferirá uma palestra sobre o compositor.

    Além de compositor, Alfredo Keil foi também pintor, tendo até sido distinguido em Paris, Rio de Janeiro e Madrid.

    Esta faceta é referida na exposição onde estará patente uma versão para canto e piano da sua ópera "A Serrana", ornada com a reprodução de uma aguarela de Keil.

    No concelho de Sintra, onde o compositor teve uma residência, na Adega Visconde Salreu, em Colares, está patente até 14 de Outubro uma exposição de 50 telas suas, adereços de teatro de sua autoria e fotografias.

    "Optámos pelas telas onde Keil retrata a região sintrense", disse Ana Xavier, responsável pela mostra.

    "Alfredo Keil em Sintra - 100 anos depois" tem como principal objectivo "assinalar o centenário da morte daquele que, segundo Ana Xavier, "é um protótipo do homem do século XIX".

    Ana Xavier disse à Lusa que "a maioria dos visitantes admira-se com esta faceta de pintor do autor do Hino Nacional".

    A exposição procura associar a sua memória à região, que ele fixou nas suas telas, desde a Volta do Duche em Sintra, ao Cabo da Roca, passando pelas arribas da Praia Grande, Azenhas do Mar ou a Praia das Maçãs, onde tinha a sua residência.

    Quinta-feira será aliás rezada missa de sufrágio pela sua alma na capela da sua residência, a Villa Guida.

    Várias entidades cederam temporariamente alguns quadros à exposição, desde "o Museu da Presidência, o Ministério das Finanças, a Câmara Municipal de Santarém, a própria família Keil, e vários particulares", enumerou Ana Xavier.

    Alfredo Keil nasceu em Lisboa a 08 de Julho de 1854, tendo falecido em Hamburgo a 04 de Outubro de 1907.

    Alfredo Keil era filho de um alfaiate que entre outras personalidades vestia o Rei D. Luís, a quem emprestou dinheiro, e o escritor Ramalho Ortigão.

    Granjeou fama com "A Portuguesa" que a República, em 1911, institui como Hino Nacional, mas escreveu várias peças para piano, valsas e polcas, além de óperas, entre elas "A Serrana" e "Irene".
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