Açoriano Oriental
Seixal
Moradores acusam polícia de acção "discriminatória e abusiva" na Quinta da Princesa
Moradores e frequentadores da Quinta da Princesa (Seixal), onde agentes da PSP e residentes trocaram tiros esta terça-feira de madrugada, acusam a polícia de ter uma acção "discriminatória e abusiva" na zona.

Autor: Lusa/AO Online


Luísa Semedo, moradora no bairro e representante da associação juvenil Esperança, considera que "a polícia provoca muitas situações de violência".

Para a jovem, de 26 anos, os acontecimentos da noite passada - que resultaram na detenção de um homem e na identificação de 12 pessoas - tiveram origem em incidentes na noite de domingo para segunda-feira.

"Tivemos um churrasco no domingo com gente de outros bairros, estávamos a confraternizar e estava tudo bem, mas ao início da noite a polícia chegou ao bairro para apreender uma moto que julgava ser roubada. O dono da mota mostrou os documentos e estava tudo certo. Inadvertidamente, a polícia começou aos tiros, a mandar dispersar a multidão e eu fui agredida", contou à Lusa.

A representante associativa sublinha que, "na maioria das vezes, os moradores respondem à polícia, não provocam".

Maria Teresa Delgado, moradora no prédio em frente ao edifício que está cercado pela PSP, concorda que "a tensão se agravou desde domingo".

"Não se consegue dormir, ouvem-se tiros e muita movimentação de gente", conta.

Para André Silva, de 32 anos, ex-morador da Quinta da Princesa e emigrante há dois anos, "a atitude da polícia é discriminatória e abusiva": "Os agentes chegam de arma na mão, não perguntam nem respeitam. A situação não é nova".

Questionado pelos jornalistas, o comandante distrital da PSP de Setúbal, José Carlos Leitão, não confirmou a possibilidade de os acontecimentos de domingo e de hoje estarem relacionados, mas sublinhou que a situação está em "avaliação permanente".

O ambiente está agora calmo na Quinta da Princesa, com vários agentes a patrulhar as ruas e a revistar pessoas e carros, perante o olhar de muitos moradores.

Apesar de algumas críticas, a intervenção daquela força de segurança não é vista por todos da mesma forma: Fernando Moura, habitante de um prédio próximo do que está cercado, afirma "não ter razões de queixa".

"Houve mais de duzentos disparos esta noite, mas isto estaria muito pior se a polícia não viesse cá", disse à Lusa.

À entrada da praça onde fica o edifício vigiado pela PSP, e na qual não passa nenhum autocarro desde as 08:00, existem vestígios de contentores queimados e lixo no chão.

Um helicóptero está a sobrevoar a área, mas a polícia não confirma que esteja relacionado com a sua acção.

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