Medvedev fala à nação depois de eleições nos EUA

O Presidente russo, Dmitri Medvedev, dirige uma mensagem à nação na quarta-feira, um dia depois das eleições nos Estados Unidos, foi confirmado oficialmente.


Inicialmente, o Kremlin tinha marcado esse discurso para 23 de Outubro, mas depois adiou para 30 e, finalmente, para 05 de Novembro.

    O Presidente Medvedev, no seu blogue que mantém na Internet, escreve que na sua mensagem irá “responder a uma série de questões substanciais que se colocam perante o país”.

    O dirigente russo promete analisar as consequências da guerra entre o seu país e a Geórgia, do passado mês de Agosto: “Tenho em vista... o desafio que teve de enfrentar toda a nossa sociedade, tenho em vista a crise no Cáucaso. Não podemos ladear as suas consequências, não só para o nosso país, mas também para a ordem mundial”.

    “A crise financeira mundial, continua Medvedev, é mais um desafio complicadíssimo que enfrenta hoje todo o planeta. A crise, que começou num dos países mais fortes, nos Estados Unidos, e que infelizmente se alargou a todo o mundo, e as respostas que praticamente todos os países têm de procurar”.

    “Dentro em breve, realizar-se-á a cimeira G-20 em Washington, onde serão analisadas essas questões. Não vou revelar quais serão as nossas propostas, porque elas ainda estão a ser elaboradas, mas claro que faremos as nossas propostas”, acrescenta.

    “Devo também analisar problemas socio-económicos actuais e as propostas que eu e o governo temos para melhorar a situação de cada cidadão, do país em geral”, sublinha o Presidente russo, concluindo que irá também abordar temas como “modernização das Forças Armadas” e “uma série de problemas internacionais”.

    A data escolhida pelo Kremlin para a comunicação à nação provoca leituras diferentes entre os analistas políticos russos.

    “Ao decidir dirigir-se à nação no dia 05 de Novembro, o Presidente condenou-se ao papel de figura de segundo plano...Porque todo o mundo irá seguir a contagem de votos e o resultado da corrida entre John MacCain e Barak Obama”, considera o analista Ilia Barabanov.

    Segundo ele, o adiamento da leitura da mensagem à nação deveu-se ao facto de Medvedev sentir a necessidade de alterar a parte do seu discurso relativamente à crise financeira mundial, que tem também fortes reflexos na Rússia.

    “Medvedev irá abordar o seu tema querido da modernização da economia russa e da sua libertação da dependência do capital ocidental”, acrescenta o analista.

    Porém, outro politólogo russo, Dmitri Badovski, defende que essa decisão do Kremlin tem razão de ser devido às eleições nos Estados Unidos.

    “A mensagem à nação soará noutro contexto da política externa, tornar-se-á claro quem venceu as eleições nos Estados Unidos”, considera ele, concordando que Medvedev “irá analisar nas medidas a tomar contra a crise, irá falar da modernização no país, que se tornou ainda mais actual devido à crise”.
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