Tudo depende da proposta que o presidente executivo da DB, Hartmut Mehdorn, fizer aos maquinistas sobre o referido contrato, afirmou hoje, em Berlim, um membro da direcção do Sindicato dos Maquinistas (GDL).
Há semana e meia, os maquinistas fizeram uma greve de 62 horas, a mais longa da história dos caminhos-de-ferro alemães, deixando sem comboios milhões de passageiros e causando prejuízos superiores a 70 milhões de euros no transporte de mercadorias.
O GdL exige um contrato colectivo separado para os maquinistas e aumentos salariais de cerca de 30 por cento.
Os maquinistas alemães auferem entre 1.900 e 2.200 euros mensais e alegam que os salários foram praticamente congelados nos últimos dez anos e reivindicam agora um salário bruto de 2.500 euros por mês para um maquinista em início de carreira.
A DB melhorou a proposta salarial anterior e propõe agora aos maquinistas aumentos salariais que poderão ir até 13 por cento, com a contrapartida de mais duas horas de trabalho por semana.
Após algumas sondagens entre responsáveis da DB e dirigentes do GdL, na semana passada, o sindicato anunciou na segunda-feira que aceitava retomar as negociações, embora considere "insuficiente" a nova proposta da empresa.
A DB concordou em oferecer um contrato colectivo próprio aos maquinistas filiados no GdL, que representam apenas cinco por cento dos 200 mil ferroviários, ressalvando que tal contrato não poderá perturbar a paz social na empresa.
Os outros dois sindicatos da DB, o Transnet e o GDBA - este último agrupa os ferroviários que são funcionários públicos, incluindo cerca de 40 por cento dos maquinistas - já anunciaram que denunciarão o acordo colectivo aprovado este ano, que prevê aumentos salariais de 4,5 por cento, se forem concedidos aumentos superiores aos membros do GdL.
Alemanha
Maquinistas ameaçam com greve ilimitada em luta por contrato colectivo
Os maquinistas alemães ameaçaram com greve ilimitada, se a administração dos caminhos-de-ferro (DB) não aceitar um contrato colectivo nas negociações a retomar na segunda-feira sobre um conflito que já tem sete meses.
Autor: Lusa / AO online
