Açoriano Oriental
Mais de 300 portugueses estudam medicina na Republica Checa
Cerca de três centenas de jovens portugueses estão actualmente a estudar Medicina na República Checa, fugindo à limitação do acesso ao curso em Portugal e às notas altas exigidas, afirmou hoje em Praga um responsável português.

Autor: Lusa /Ao on line

Os candidatos ao curso de Medicina efectuam, nesse país, um exame de biologia e de química, "bastando, em princípio, uma nota positiva para garantir o acesso ao curso", adiantou à agência Lusa Joaquim Ramos, director do Centro de Língua Portuguesa do Instituto Camões (CLP/IC) na Universidade Carolina de Praga.

"Têm de efectuar um exame (proposto pela própria universidade) de Biologia e Química, sendo que algumas faculdades exigem também física ou matemática", adiantou o responsável, referindo haver "entre de 360 a 380 (números de 2007) estudantes portugueses em medicina na República Checa".

"Claro que, dada a existência de um número limite de entradas («numerus clausus»), serão seleccionados os melhores candidatos", disse.

Na maior parte das faculdades de Medicina (nas cidades de Pilsen, Hradec Kralové, Brno, Olomouc e Praga) "os alunos ingressam no curso se conseguirem uma nota de, pelo menos, 50 por cento em cada um desses exames, tendo que contar com o 'numerus clausus'", afirmou.

Devem ainda apresentar um currículo do ensino secundário que inclua as cadeiras de química e biologia, disse o responsável, adiantando que algumas faculdades exigem ainda a realização de uma entrevista de selecção.

Em Portugal é exigida a conclusão do ensino secundário (que conta para 50 por cento da nota de candidatura ao curso), bem como exames de Matemática, Biologia e Geologia, e Física e Química (restantes 50 por cento), disse à Lusa fonte da Direcção Geral do Ensino Superior português.

Em 2008, as notas de entrada para o curso de Medicina, em Portugal, oscilaram entre os 17,8 e os 18,5 dependendo do estabelecimento de ensino, havendo sete universidades públicas onde é leccionado.

A escolha dos futuros médicos portugueses de estudarem na República Checa "reside na falta de oportunidades em Portugal, onde o acesso às faculdades de medicina é muito limitado", mas também "na qualidade do ensino" checo, defendeu Joaquim Ramos que acumula a direcção do CLP/IC com as funções de leitor na Universidade Carolina.

O responsável referiu que o curso de Medicina pode ser tirado em língua inglesa ou checa, sendo que em checo é gratuito. Mas Joaquim Ramos disse não conhecer nenhum português que se tenha candidatado ao curso de Medicina totalmente leccionado em checo.

Quando leccionado em inglês - modalidade escolhida pelos estudantes portugueses - as propinas oscilam entre nove mil e 13.000 euros por ano.

O responsável frisou que o ensino de Medicina na República Checa tem uma forte vertente prática, logo a partir do primeiro ano do curso.

"Costumo dizer que os alunos portugueses deixam de ter férias quando vêm estudar medicina (na República Checa) porque as férias do Verão são ocupadas com estágios ou no desenvolvimento de trabalho em unidades hospitalares ou em unidades paralelas, como os cuidados continuados, e outros", adiantou.

A comunidade portuguesa na República Checa é pequena. São cerca de 400 pessoas, essencialmente quadros técnicos ou superiores de empresas, que se integram sem dificuldade sociedade checa.

O centro de língua portuguesa, criado em 2004, resultante de "uma cooperação protocolar entre o Instituto Camões e a Universidade Carolina, em Praga", pretende apoiar e dinamizar actividades de promoção e divulgação da Língua e da Cultura Portuguesa.

PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados