Autor: Lusa/AO Online
“Espero, eu e todos os portugueses, que cumpra [PS] aquilo que prometeu e, se o fizerem, terão o nosso aplauso, terão sempre o nosso apoio, mas se não cumprirem com o que prometeram e se comprometerem o país em alguma área mais delicada, aí teremos mesmo de esclarecer tudo isso num processo eleitoral democrático”, disse a candidata à agência Lusa, em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto.
Graça Castanho realçou que o atual Presidente da República, Cavaco Silva, teve um discurso “cético” na tomada de posse do Governo PS, com apoio parlamentar do BE, PCP e PEV, para lembrar ao partido agora indigitado que “ainda tem na mão ferramentas que pode usar”.
“É bom que [o PS] tenha consciência disso”, frisou, na apresentação da sua carta de compromissos.
Na opinião da candidata a Belém, Portugal viveu nos últimos meses “dias muitos atribulados” por via da indigitação de dois governos, quase em simultâneo, mas é necessário “desdramatizar” a situação porque “tudo o que aconteceu” está previsto na Constituição Portuguesa.
E concretizou: “nem o Presidente da República, nem os partidos envolvidos saíram do que era espectável e daquilo que está previsto na constituição”.
Este momento “único” vivido em Portugal devido à sua “especificidade e idiossincrasia” deve “servir de lição” a todo o povo português, partidos, políticos e figuras presidenciais, realçou.
“O que aconteceu vai servir de modelo e de referência futura, temos de encarar isto com tranquilidade”, entendeu.
Na opinião de Graça Castanho, Portugal devia ter aproveitado este momento “histórico” para chamar “todos” os representantes parlamentares a constituir um governo.
A candidata à Presidência da República diz que a sua candidatura está “livre de amarras políticas, corporativismos ou favores”.
Um dos seus principais objetivos é “moralizar a política”, começando pela figura do chefe de Estado que deve ser, na sua opinião, “um modelo e uma pessoa com total isenção e transparência”.
Outros dos propósitos é cativar os jovens e diminuir a abstenção.
A docente universitária Graça Castanho, de 54 anos, anunciou a 30 de maio, em Ponta Delgada (ilha de S. Miguel, Açores), a sua pretensão de concorrer a Belém.
A candidata açoriana considera ser “urgente promover um exercício de unidade nacional, unindo as parcelas do território”, porque “os Açores desconhecem a Madeira, a Madeira desconhece os Açores, os dois arquipélagos desconhecem o continente, que também desconhece os seus arquipélagos”.
A concretizar-se esta candidatura, será a primeira vez no pós-25 de Abril que as eleições presidenciais podem vir a contar com um candidato oriundo dos Açores.