Açoriano Oriental
Governo dos Açores quer “solução eficiente” para gestão de resíduos em São Miguel

O secretário regional do Ambiente disse ser necessário encontrar uma “solução eficiente” para o “problema” da gestão de resíduos em São Miguel que assegure o cumprimento das metas europeias para a reciclagem.

Governo dos Açores quer “solução eficiente” para gestão de resíduos em São Miguel

Autor: Lusa/AO Online

Questionado sobre a posição do governo face à intenção dos municípios em construir uma incineradora na ilha, Alonso Miguel destacou que o que “importa” é encontrar uma “solução eficiente”.

“No entender do Governo Regional, o que importa neste sentido é garantir que é encontrada uma solução eficiente para a gestão dos resíduos e também garantir que todas as metas, nomeadamente de reciclagem são cumpridas e é respeitada a hierarquia da gestão de resíduos”, afirmou o governante.

Alonso Miguel falava em Ponta Delgada após uma reunião com a Associação de Municípios da ilha de São Miguel (AMISM), onde estiveram presentes todos os presidentes de câmara daquela ilha.

O secretário realçou que o entendimento da AMISM passa pela construção de uma central de valorização de resíduos.

Segundo disse, o executivo regional tem “toda a disponibilidade” para “procurar uma alternativa” e para “proceder a novos estudos de viabilidade” sobre essa solução.

“O Governo Regional tem interesse em que seja feita uma gestão eficiente dos resíduos na ilha de São Miguel, independentemente da solução que seja encontrada”, declarou.

Alonso Miguel afirmou ser possível cumprir as metas comunitárias de reciclagem com a incineração.

O secretário avançou ainda que o processo de revisão do Plano Estratégico de Prevenção e Gestão de Resíduos dos Açores (PEPGRA) já foi iniciado.

“Na realidade, existe um problema grave ao nível da gestão de resíduos na ilha de São Miguel, onde cerca de 70% dos resíduos continuam a ter como destino final o aterro sanitário. E isso é obviamente inaceitável e há que encontrar rapidamente soluções para este problema”, destacou.

Após a reunião, o presidente da MUSAMI – Operações Municipais do Ambiente, Ricardo Rodrigues, considerou a reunião “produtiva” e afirmou que o secretário regional “não se pronunciou no sentido de aprovar ou desaprovar” a construção de uma incineradora na ilha.

“Se houver projetos alternativos que resolvam os resíduos na ilha de são Miguel, tratando-os de forma diferente, estamos aqui para colaborar neste projeto. Digam-nos qual é e nós paramos imediatamente a central de valorização energética”, salientou o também presidente da Câmara da Vila Franca do Campo, em representação dos autarcas, referindo-se à incineração.

Em 2016, a Associação de Municípios da Ilha de São Miguel decidiu, por unanimidade, avançar com a construção de uma incineradora de resíduos, orçada em cerca de 60 milhões de euros.

Além das contestações por parte de associações ambientalistas, o concurso para a construção da incineradora na maior ilha dos Açores esteve sob alçada da justiça devido a queixas por parte de um dos concorrentes, a empresa Termomeccanica, que foi excluída em detrimento do consórcio luso-alemão formado pela CME e Steinmüller Babcock Environment.


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