Açoriano Oriental
Governo disponibiliza até 35 milhões de euros para setor agrícola e floresta

O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, anunciou hoje uma verba até 35 milhões de euros para o setor agrícola e florestal, nomeadamente para apoiar a alimentação dos animais e o depósito e a comercialização da madeira ardida.


Autor: AO/Lusa


No âmbito da reunião extraordinária de hoje do Conselho de Ministros, destinada a aprovar medidas de prevenção e combate aos incêndios florestais, bem como reparação dos prejuízos, e que decorre na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, o governante indicou que vão ser alocados 15 milhões de euros para “acudir aos problemas mais graves” de erosão dos solos e contaminação das águas.

Na área florestal, vão ser criadas duas linhas de crédito, uma de cinco milhões de euros para a instalação de parques para depósito da madeira ardida e outra de três milhões de euros para a comercialização da madeira ardida a preços considerados razoáveis.

“Desde que sejam respeitados preços mínimos fixados pelo Ministério da Agricultura - 20 euros por metro cúbico para as árvores com menos de 30 centímetros de diâmetro”, revelou Capoulas Santos.

No setor agrícola, as medidas que vão ser “adotadas de imediato” prendem-se com o apoio à alimentação dos animais, em que serão criadas “cinco plataformas logísticas” para a entrega de elementos compostos para animais encomendados pelo Governo à indústria de rações portuguesa, informou o tutelar da pasta da Agricultura, indicando que a distribuição contará com membros das Forças Armadas e dos municípios.

Segundo o ministro da Agricultura, existem necessidades “muito urgentes de alimentação animal”, que se estimam que estejam na ordem de meio milhão de ovinos e de mais de 100 mil bovinos.

O Governo vai ainda apoiar em 100% os prejuízos até cinco mil euros dos pequenos agricultores e, “acima desse valor, 50% a fundo perdido em tudo o que tenha a ver com perda de máquinas, equipamentos, instalações, estábulos, motores e culturas permanentes como vinhas, pomares e olivais”.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 44 mortos e cerca de 70 feridos, mais de uma dezena dos quais graves.

Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.

 


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