Açoriano Oriental
Crise nuclear
EUA anuncia desmantelamento do arsenal nuclear norte-coreano
O Departamento de Estado anunciou que peritos norte-americanos iniciaram o desmantelamento do arsenal nuclear norte-coreano na central de Yonbyon, 90 quilómetros a norte de Pyongyang.

Autor: Ana Carvalho Melo
O porta-voz Tom Casey, em declarações aos jornalistas, classificou de “positiva” esta primeira etapa de um processo que “certamente deverá continuar”.

A mesma fonte não deu detalhes do que está precisamente a fazer a equipa de peritos no terreno, limitando-se a adiantar que “o processo demorará o seu tempo”.

O negociador norte-americano Christopher Hill revelou no sábado que uma equipa de peritos do seu país - chegada a semana passada à Coreia do Norte - deveria iniciar hoje o desmantelamento do arsenal nuclear.

“A ideia é inviabilizar o reinício da actividade das instalações, que teria um custo incomportável”, salientou.

A 13 de Fevereiro, foi assinado em Pequim um acordo - no quadro das negociações a seis entre as duas Coreias, Estados Unidos, Rússia, Japão e a anfitriã China - segundo o qual Pyongyang se comprometeu a fechar Yongbyon, única central do país capaz de gerar combustível (plutónio) para o programa nuclear.

Yonbyon foi efectivamente encerrada em Julho, para ser desmantelada no prazo de um ano a troco do fornecimento de energia e de concessões políticas ao regime do Presidente Kim Yong-il pelos Estados Unidos, Coreia do Sul, Japão, Rússia e China.

O desmantelamento está condicionado à exigência da retirada da Coreia do Norte da lista norte-americana dos países patrocinadores do terrorismo.

Em Setembro - quase um ano depois do teste nuclear norte-coreano de Outubro de 2006 -, numa nova ronda negocial foi dada “luz verde” à desactivação de três complexos em Yongbyon até 31 de Dezembro, nomeadamente de um reactor experimental de cinco megawats, bem como à apresentação de uma lista exaustiva do controverso programa nuclear.

A agência sul-coreana Yonhap noticiou que está em causa a recolha de 8.000 barras de plutónio armazenadas em Yongbyon, cujo destino será decidido no quadro da desnuclearização da península coreana.

Este é o objectivo da deslocação, na quarta-feira, do chefe da diplomacia de Seul, Song Min-soo, a Washington, para se reunir com a homóloga norte-americana, Condoleeza Rice.

Song não escondeu hoje o desejo de que o desmantelamento do arsenal nuclear norte-coreano decorra “sem sobressaltos”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros sul-coreano insistiu também na necessidade de fazer avançar o futuro tratado de paz que ponha um ponto final à guerra da Coreia (entre 1950 e 1953), saldada num simples armistício e na divisão da península pelo paralelo 38.
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