Açoriano Oriental
Espanha e Alemanha acordam reforço da cooperação em Defesa

Espanha e Alemanha acordaram em reforçar a cooperação em Defesa, no final de uma cimeira entre os dois países em que o líder do Governo alemão reiterou o objetivo de Berlim de ter um sistema antimísseis com "urgência".

Espanha e Alemanha acordam reforço da cooperação em Defesa

Autor: Lusa/AO Online

Segundo a declaração final da cimeira, que se realizou na Corunha, no norte de Espanha, e foi a primeira entre os dois países em nove anos, Madrid e Berlim decidiram reforçar a cooperação em Defesa e destacaram a importância, sobretudo, da cooperação em matéria de armamento e indústria de defesa para aumentar as capacidades defensivas europeias.

A declaração refere que há uma necessidade iminente de aumentar a colaboração na área da Defesa e que "Espanha e Alemanha estão decididas a intensificar a sua cooperação na aplicação do Conceito Estratégico de Madrid, aprovado na cimeira da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte] de junho, e em fortalecer a cooperação UE-NATO".

Os dois países sublinham, em concreto, compromissos para desenvolver a Política Comum de Segurança e Defesa, para executar a Bússola Estratégica da União Europeia (para segurança e defesa) e para colaborar nos projetos PESCO, de cooperação permanente em matéria de Defesa na UE.

No final da cimeira, numa conferência de imprensa conjunta, os líderes dos dois governos insistiram na continuidade do apoio à Ucrânia (diplomático, financeiro e militar), para responder ao ataque da Rússia, iniciado em 24 de fevereiro.

Na mesma conferência de imprensa, o primeiro-ministro alemão, Olaf Sholz, reiterou a intenção da Alemanha de instalar um sistema antimísseis, que disse ser "urgente" dada a situação de "ameaça" atual, um assunto que, no entanto, não fez parte da agenda da cimeira de hoje.

Scholz acrescentou que o projeto, embora urgente, é "um desafio para muitos anos" e que poderia beneficiar países vizinhos.

"É uma medida que tem a ver com a política de defesa alemã", afirmou Scholz, que acrescentou que o sistema antimísseis será financiado com fundos extraordinários de 100.000 milhões de euros, desbloqueados para a defesa após a invasão russa da Ucrânia.

A declaração final da cimeira faz também referência à crise energética na Europa, com subida dos preços e a ameaça russa de cortar o gás aos países da União Europeia.

Neste ponto, Espanha e Alemanha coincidem na necessidade de incrementar as interconexões na Europa para transporte de energia, uma questão abordada também na conferência de imprensa final, em que Olaf Scholz manifestou "apoio de forma explícita" à construção de um novo gasoduto nos Pirenéus, para ligar a Península Ibérica, desde Portugal, ao resto da Europa.

Ainda na declaração final, Espanha e França insistem em que é necessário redesenhar o mercado elétrico europeu, para tornar os preços mais acessíveis e garantir a descarbonização das economias.

Sobre esta questão, na conferência de imprensa final, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, sublinhou a importância de haver uma resposta europeia conjunta e solidária à crise energética, como aconteceu com a pandemia de covid-19.


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