Autor: Made in Açores
Como é que se viu envolvida no negócio da panificação?
Esta empresa de panificação foi criada no ano de 1968, por Manuel Joaquim Soares, pai do meu marido, e de Alberto Manuel Soares e Fernando António Soares, com o propósito destes filhos continuarem a atividade, após a sua morte.
Ao longo do tempo, dois dos referidos filhos, Alberto e Fernando, desistiram e, assim, acabei por me envolver, visto ser casada com um dos herdeiros,
Certamente teve várias dificuldades iniciais
Sem dúvida, sobretudo devido ao facto de não ter qualquer formação na atividade, mas fui sempre gerindo o negócio como se fosse a minha própria casa. É claro que também contei com a ajuda de pessoas amigas que tinham alguma experiência.
Conta com quantos funcionários? O que produzem?
Neste momento temos dez funcionários: quatro na venda porta a porta e entrega em mercados, outros quatro na laboração, um em serviço de escritório e outro nas limpezas.
Produzimos pão (papos-secos, pão de trigo grande e pequeno, pão de milho, bolo de milho, etc), pastelaria: (usamos massa folhada, massa de brioche, entre outras) e doces da ilha e regionais (espécie - Marca Açores -, rosquilha branca, queijadas de coco, de feijão e também de amêndoa, covilhetes e outros).
Outros projetos pessoais, sonhos, tiveram de ficar para trás por causa da panificação?
Este é um negócio que exige muita dedicação. Além do mais, nenhum dos nossos funcionários tem qualquer formação e não nos é possível proporcioná-la, devido à fragilidade das vendas. Temos picos de venda nos meses de julho e agosto, devido ao turismo, e nas festas do Espírito Santo, em maio ou junho, mas é apenas durante cerca de duas semanas.
Se pudesse voltar atrás, teria investido novamente neste ramo?
Sinceramente, se pudesse voltar atrás, de certeza que não teria investido nesta atividade. Neste momento, é a minha filha Adelaide Soares que está a assumir o compromisso, uma mais-valia, sem dúvida alguma.