Autor: Lusa/AO On line
Nas vésperas de se assinalar o Dia Mundial do Não Fumador (17 de Novembro) e o Dia Mundial da DPOC (18 de Novembro), que segundo a Organização Mundial de Saúde atinge 210 milhões de pessoas em todo o mundo e é responsável pela morte de três milhões de pessoas anualmente, a FPP lembra que é das “poucas doenças crónicas com tendência a aumentar nas próximas décadas”.
Este aumento será tanto em número de casos como em mortalidade, sendo a terceira causa de morte num futuro próximo, adianta a federação, elucidando que a DPOC causa anualmente em Portugal “uma perda de mais de 74 mil anos de vida” e atinge cerca de 10 por cento da população.
Segundo a FPP, os custos no ambulatório destes doentes está estimado em mais de 240 milhões de euros anuais.
A situação em Portugal é semelhante ao resto da Europa. Os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) apontam para 2872 óbitos em 2006, o que significa um aumento de 5,7 por cento em relação a 2002 (dados do 5.º Relatório do Organização Nacional da Doenças Respiratórias).
No dia dedicado à DPOC, a Fundação Portuguesa do Pulmão pretende alertar a população para este problema grave em Portugal, sugerindo algumas áreas para onde esta luta deve caminhar, nomeadamente a criação de uma Rede Nacional de Espirometria (exame médico que permite verificar se existe obstrução ao fluxo de ar) nos Centros de Saúde, cujos alicerces já foram lançados.
“Contudo, a sua implementação tem sido muito lenta”, lamenta a FPP em comunicado, defendendo que é essencial que esta rede “esteja operacional urgentemente para que o diagnóstico precoce da DPOC seja de fácil acesso a todos”.
Para a Federação, esta rede deverá assentar na existência de técnicos de cardiopneumografia e numa sensibilização dos médicos de família para a necessidade de considerarem o pedido deste exame como fundamental para muitos dos seus doentes.
Mas antes de tudo, e já que entre 85 a 90 por cento dos casos são originados pelo fumo de tabaco, a FPP considera “fundamental desenvolver estratégias que levem os jovens a não se iniciarem no vício de fumar, o que deverá ser uma tarefa da família, das escolas e da sociedade em geral”.
A DPOC é uma doença crónica que leva a uma progressiva deterioração da função pulmonar e que se inicia por sintomas confundíveis com outras doenças.
As intervenções terapêuticas precoces melhoram a qualidade de vida dos pacientes e o prognóstico. Por isso, é essencial não só os médicos mas também os pacientes estarem alerta para os sintomas e sinais desta doença, através de um simples exame da função respiratória chamada espirometria.