Autor: Lusa / AO online
"Não é segredo que existem assuntos em que discordamos, nós dizêmo-lo honestamente e discutimos isso", admitiu hoje um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico, em declarações à Agência Lusa.
"Mas quando nos jornais se comenta que estamos numa nova "guerra fria", nós discordamos. Os laços entre os dois países continuam muito fortes", replicou, recusando a existência de "tensão" entre os dois governos.
Para a cimeira UE-Rússia, sexta-feira em Mafra, o governo britânico espera que sejam discutidos temas como as alterações climáticas, energia, direitos humanos, democracia e comércio.
"A Rússia é um actor importante num conjunto de assuntos de interesse mútuo, como o Irão e o Kosovo", frisou a mesma fonte.
Todavia, não é previsível que o caso Litvinenko, que morreu a 23 de Novembro de 2006, faça parte das discussões entre o actual presidente em exercício da UE, o primeiro-ministro português, José Sócrates, e o Presidente russo, Vladimir Putin.
Na quinta-feira, dia em que o Presidente russo efectua uma visita oficial a Portugal, na véspera da cimeira UE-Rússia, a viúva de Litvinenko, Marina, apresenta em Lisboa o livro «Morte de um Dissidente», escrito com Alex Goldfarb, em que Vladimir Putin é apontado como responsável pelo assassínio do ex-espião do KGB.
No passado mês de Junho, Londres e Moscovo trocaram palavras amargas após a recusa das autoridades judiciárias russas em executar o pedido de extradição de Andrei Lugovoi, principal suspeito do homicídio de Alexander Litvinenko.
Lugovoi foi identificado pela polícia britânica que investigou a morte de Litvinenko, vítima de envenenamento com polónio 210, depois de ter encontrado um rasto deixado pela substância radioactiva nos locais onde aquele passou durante uma viagem a Londres na mesma altura.
Antigo elemento dos serviços secretos russos KGB, tal como Litvinenko, Lugovoi chegou a encontrar-se com a vítima num hotel na capital britânica, mas nega a autoria do crime.
Actualmente, Lugovoi encontra-se em liberdade e é candidato ao parlamento por um partido de extrema-direita russo.
As autoridades russas invocaram que a actual Constituição impede a extradição de cidadãos nacionais para serem julgados no estrangeiro, o que levou o governo britânico a demonstrar a sua indignação.
A 16 de Julho, Londres determinou a expulsão de quatro diplomatas russos do Reino Unido, levando Moscovo a responder na mesma moeda três dias mais tarde e ordenar a saída da Rússia de quatro diplomatas britânicos.
"O pedido de extradição mantém-se activo e continuamos abertos a propostas das autoridades russas para o concretizar, para que o crime possa ser levado à justiça no Reino Unido", declarou o porta-voz.
"Mas relações bilaterais não se resumem a este caso e desde o Verão até agora houve duas visitas ministeriais a Moscovo: do ministro para a Energia [Malcolm Wicks] e do ministro do Comércio, Lorde Digby Jones", acrescentou.
"Fora do caso Litvinenko, as relações bilaterais com a Rússia continuam como estavam antes", garantiu, continuando a ser emitidos diariamente dezenas de vistos a turistas, estudantes e empresários russos.
Litvinenko era uma das figuras mais conhecidas dos dissidentes e críticos do regime do Presidente Vladimir Putin refugiados em Londres, entre os quais se destaca o magnata Boris Berezovsky, alvo de um pedido - recusado - de extradição das autoridades russas por alegadas irregularidades fiscais.
Estima-se que na capital britânica residam cerca de 200 mil russos, entre os quais muitos homens de negócios, com relevo para o empresário e proprietário do clube de futebol Chelsea, Roman Abramovich.
"Mas quando nos jornais se comenta que estamos numa nova "guerra fria", nós discordamos. Os laços entre os dois países continuam muito fortes", replicou, recusando a existência de "tensão" entre os dois governos.
Para a cimeira UE-Rússia, sexta-feira em Mafra, o governo britânico espera que sejam discutidos temas como as alterações climáticas, energia, direitos humanos, democracia e comércio.
"A Rússia é um actor importante num conjunto de assuntos de interesse mútuo, como o Irão e o Kosovo", frisou a mesma fonte.
Todavia, não é previsível que o caso Litvinenko, que morreu a 23 de Novembro de 2006, faça parte das discussões entre o actual presidente em exercício da UE, o primeiro-ministro português, José Sócrates, e o Presidente russo, Vladimir Putin.
Na quinta-feira, dia em que o Presidente russo efectua uma visita oficial a Portugal, na véspera da cimeira UE-Rússia, a viúva de Litvinenko, Marina, apresenta em Lisboa o livro «Morte de um Dissidente», escrito com Alex Goldfarb, em que Vladimir Putin é apontado como responsável pelo assassínio do ex-espião do KGB.
No passado mês de Junho, Londres e Moscovo trocaram palavras amargas após a recusa das autoridades judiciárias russas em executar o pedido de extradição de Andrei Lugovoi, principal suspeito do homicídio de Alexander Litvinenko.
Lugovoi foi identificado pela polícia britânica que investigou a morte de Litvinenko, vítima de envenenamento com polónio 210, depois de ter encontrado um rasto deixado pela substância radioactiva nos locais onde aquele passou durante uma viagem a Londres na mesma altura.
Antigo elemento dos serviços secretos russos KGB, tal como Litvinenko, Lugovoi chegou a encontrar-se com a vítima num hotel na capital britânica, mas nega a autoria do crime.
Actualmente, Lugovoi encontra-se em liberdade e é candidato ao parlamento por um partido de extrema-direita russo.
As autoridades russas invocaram que a actual Constituição impede a extradição de cidadãos nacionais para serem julgados no estrangeiro, o que levou o governo britânico a demonstrar a sua indignação.
A 16 de Julho, Londres determinou a expulsão de quatro diplomatas russos do Reino Unido, levando Moscovo a responder na mesma moeda três dias mais tarde e ordenar a saída da Rússia de quatro diplomatas britânicos.
"O pedido de extradição mantém-se activo e continuamos abertos a propostas das autoridades russas para o concretizar, para que o crime possa ser levado à justiça no Reino Unido", declarou o porta-voz.
"Mas relações bilaterais não se resumem a este caso e desde o Verão até agora houve duas visitas ministeriais a Moscovo: do ministro para a Energia [Malcolm Wicks] e do ministro do Comércio, Lorde Digby Jones", acrescentou.
"Fora do caso Litvinenko, as relações bilaterais com a Rússia continuam como estavam antes", garantiu, continuando a ser emitidos diariamente dezenas de vistos a turistas, estudantes e empresários russos.
Litvinenko era uma das figuras mais conhecidas dos dissidentes e críticos do regime do Presidente Vladimir Putin refugiados em Londres, entre os quais se destaca o magnata Boris Berezovsky, alvo de um pedido - recusado - de extradição das autoridades russas por alegadas irregularidades fiscais.
Estima-se que na capital britânica residam cerca de 200 mil russos, entre os quais muitos homens de negócios, com relevo para o empresário e proprietário do clube de futebol Chelsea, Roman Abramovich.