Autor: Lusa/AO online
Na obra original, correspondente à etapa azul do pintor, aparece uma mulher a passar a ferro, mas a restauração do quadro permitiu descobrir por debaixo uma figura masculina, de cabeça para baixo.
Os resultados obtidos graças a esta restauração, que foi liderada pela principal curadora do museu nova-iorquino, Julie Barten, permitirão "melhorar” a bibliografia e saber mais sobre os métodos de trabalho de Picasso.
O quadro "Mulher a passar a ferro” foi doado em 1978 ao Museu Guggenheim pelo colecionador alemão Justin Thannhauser e é, desde então, um dos quadros mais apreciados, atualmente exibido na mostra “Picasso Branco e Preto”, aberta ao público até 22 de janeiro.
Um porta-voz do Guggenheim disse à agência noticiosa espanhola EFE que, de momento, ainda não há pormenores sobre a identidade da pessoa que aparece no novo quadro, uma pintura que está a ser investigada.
Desde os primeiros estudos realizados ao quadro “Mulher a passar a ferro”, em 1989, os conservadores e historiadores de arte tinham suspeitado que por detrás desta obra, terminada em 1904, o pintor podia estar a esconder alguma coisa.
Alguns peritos sugeriram que a imagem pode ser um retrato de Benet Soler, um alfaiate de Barcelona amigo de Picasso, que ajudou o pintor quando este passou dificuldades, segundo se poder ver na página web do museu.
Agora, graças ao recurso a dois tipos de câmaras infravermelhas, o cientista Johan Delaney foi capaz de produzir imagens muito mais detalhadas do que qualquer estudo tinha conseguido ver, já que as novas tecnologias permitiram “ver para além da superfície”.