Autor: Lusa
“Se não mudarmos de rumo, se não fizermos as reformas estruturais que há muito se impõem, se não construirmos uma economia mais livre, mais competitiva, mais aberta à inovação e ao investimento, se não nos libertarmos dos fardos pesados que drenam o orçamento regional, continuaremos a ser uma terra sem oportunidades para os nossos jovens, uma terra sem futuro. A autonomia não pode ser apenas um símbolo. Tem de ser um instrumento de progresso”, afirmou José Pacheco, na sessão solene do Dia dos Açores, na Praia da Vitória.
Passados 49 anos da conquista da autonomia, líder do Chega/Açores e deputado regional considerou legítimo que os açorianos perguntem se valeu a pena.
“Trouxe-nos ela mais riqueza? Mais prosperidade? Esteve a nossa classe política à altura dos grandes desafios, das imensas dificuldades e das suas enormes responsabilidades?”, questionou.
“Olhamos para o mar e vemos nele uma promessa de riqueza infinita. Olhamos para a nossa cultura e enchemo-nos de orgulho pela nossa identidade única. Mas, quando olhamos para o mapa de Portugal, vemos os Açores como a segunda região mais pobre do país, apesar de décadas de milhões e milhões de euros em fundos europeus e transferências do Estado. Algo está profundamente errado nos Açores”, acrescentou.
No Dia dos Açores, o dirigente reafirmou o compromisso com os valores da “resistência, solidariedade, justiça e identidade”.
“Olhamos o futuro com confiança, porque quem vem dos Açores sabe que a esperança não é uma opção: é um modo de existir”, reforçou.
As comemorações que hoje decorrem na Praia da Vitória são uma organização conjunta da Assembleia Legislativa e do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), na sequência da instituição do Dia da Região Autónoma dos Açores, em 1980, para comemorar a açorianidade e a autonomia.
A data, feriado regional, é celebrada na segunda-feira do Espírito Santo.
Na sessão solene vão ser impostas 20 insígnias honoríficas açorianas que visam distinguir cidadãos e entidades que se tenham destacado "por méritos pessoais ou institucionais, atos, feitos cívicos ou por serviços prestados à região”.
Será atribuída uma insígnia autonómica de valor, quatro insígnias autonómicas de reconhecimento, duas de mérito profissional, uma de mérito industrial, comercial e agrícola e doze insígnias autonómicas de mérito cívico.