Açoriano Oriental
Sociedade
Casal jovem retorna a casa depois de noite ao relento
O casal que passou a noite ao relento, de segunda para terça-feira, junto ao edifício da Segurança Social, para pedir auxílio, retornou ontem à casa onde vive a mãe e o padrasto de um dos jovens.
Casal jovem retorna a casa depois de noite ao relento

Autor: Olimpia Granada
Depois do padrasto se ter recusado a manter o acolhimento do filho, nora e neto da mulher alegando incapacidade para os sustentar, os técnicos do Instituto de Acção Social (IAS) conseguiram ontem de manhã mediar o conflito, atribuindo uma ajuda temporária até o jovem começar a trabalhar, o que deverá acontecer em Janeiro próximo.
Recorde-se que conforme a mãe relatou ao Açoriano Oriental, o casal ficou desde há quatro meses “lá em casa” uma vez que não tinha  trabalho nem tecto.
Cidália Cabral Saraiva, reformada por invalidez, contou também que perante o “pedido de ajuda à Segurança Social”, nomeadamente da atribuição de Rendimento Social de Inserção (RSI) ou de habitação ao casal, os serviços fizeram notar que ao abrigo da legislação em vigor todos os residentes na casa eram considerados um só agregado familiar.
Assim, consequentemente,  todo e qualquer apoio teria que ser calculado nesse quadro (contabilizando todos os rendimentos) e atribuído também nessa condição.
Acontece que, tal como noticiou ontem o AO, o padrasto recusou-se aceitar qualquer subsídio em seu nome e, também, a reconhecer que o casal e criança que acolhera integrassem o seu agregado familiar, composto até essa altura pela mulher e uma sobrinha.
Por outro lado, a mãe que se juntou aos jovens na rua, questionava como poderiam os jovens sair de casa para serem considerados autónomos se não tinham meios de subsistência.
A mediação, conta Artur Martins, da administração do IAS, decorria há já algum tempo mas sem sucesso.
Ontem, conheceu uma solução de consenso com a aceitação das partes de uma ajuda temporária à subsistência do casal.
Perante a contribuição para o orçamento familiar - agora através do IAS e depois com os rendimentos do trabalho conseguido pelo jovem -, o padrasto aceitou a continuidade do acolhimento do casal. “Tratou-se de uma situação com contornos muito particulares, na mesma família, entre dois agregados”, esclarece Artur Martins.
O responsável do IAS acrescenta que “há muitos casais jovens que solicitam apoio para rendas de casa” em quadros semelhantes mas, adianta, só é dado esse apoio pelo Instituto “em casos muito particulares e em que não tenham família de retaguarda”.
No caso em presença, o casal e o menor vão continuar a ser seguidos pelos técnicos do IAS com vista ao sucesso do seu projecto de vida, sendo que em termos de condições o Instituto confirma que estão asseguradas condições de habitabilidade.
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