Açoriano Oriental
Bispo apela aos açorianos para serem “construtores de diálogo”

Na sua primeira visita a São Miguel, o bispo de Angra, D. Armando Esteves Domingues, presidiu à festa de São Sebastião, em Ponta Delgada e lançou apelos à esperança e ao diálogo, num tempo em que renasce a “tentação totalitária”


Autor: Rui Jorge Cabral

O bispo de Angra, D. Armando Esteves Domingues, desafiou os açorianos a combaterem a indiferença e a serem “pontes de esperança” e construtores de “diálogo” e de “unidade”. 

Citado pelo Sítio Igreja Açores, D. Armando Esteves Domingues falava no domingo em Ponta Delgada, na homilia da missa da festa de São Sebastião, a que presidiu na igreja Matriz, na sua primeira visita à ilha de São Miguel, depois de ter feito a entrada solene na Diocese de Angra no passado dia 15 de janeiro.

Partindo do exemplo de São Sebastião, padroeiro de Ponta Delgada, o bispo de Angra falou dos mártires “das muitas fomes, da Covid-19 e todas as pestes e guerras que humilham a humanidade” ou que são vítimas “da tentação totalitária”, apelando por isso aos açorianos para serem “pontes de esperança uns entre os outros”.

Refira-se que a festa de São Sebastião uniu este ano todas as ouvidorias de São Miguel num gesto de boas-vindas ao novo bispo de Angra.

Para D. Armando Esteves Domingues, “a ponte une margens para não haver marginalizados, olha os passantes como parte de si mesmo, até os desconhecidos, serve a todos e não menos importante, contribui para que todos sejam servidos de igual forma”, apelando a que “mulheres e homens sejam pontes, como Cristo e os seus santos”, lembrando os “pais e mães, colegas de escola ou de trabalho, simpáticos ou até antipáticos, sem-abrigo ou criminosos” que “alimentam a esperança em Deus “.

D. Armando Esteves Domingues falou também da necessidade de oração pela unidade dos cristãos, num tempo marcado pela perseguição e pela tentação do “pensamento único e intocável”, mas também pela indiferença, alertando que  “nunca como hoje, houve tanta perseguição de cristãos. E não são só cristãos, são também os diferentes, os de outra religião, como os de outra cor, país ou cultura. Estão a renascer os totalitarismos onde tantos de pensamento frágil são manipulados”.

Por isso, o bispo de Angra afirmou que “precisamos de jovens e adultos insatisfeitos” que se “metam ao caminho em busca de Jesus vivendo a sua vocação no mundo”.
Conforme refere o Sítio Igreja Açores, durante a celebração da festa de São Sebastião foram oferecidos oito cabazes, um por cada ouvidoria, que serão depois entregues a famílias carenciadas, tendo na ocasião o ouvidor de Ponta Delgada, monsenhor José Constância, afirmado que este momento de festa deve ser transformado “numa primavera pastoral” para toda a diocese.

Também o pároco da Matriz de São Sebastião, o padre Nemésio Medeiros, falou em “alegria” e “esperança” dirigindo-se a D. Armando Esteves Domingues.

Refira-se que durante esta semana o bispo de Angra vai estar em São Miguel, onde irá participar no primeiro turno do retiro anual do clero.

Amanhã, D. Armando Esteves Domingues vai estar no lançamento do livro ‘D. José Paulo Tavares - O bispo diplomata”, da autoria de António Pedro Costa, em Rabo de Peixe e no domingo irá à Lagoa para o retiro anual dos Romeiros de São Miguel.

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