Açoriano Oriental
Ucrânia
Autoridades preparam Kiev para inverno sem acesso a energia

O presidente da Câmara de Kiev, Vitali Klitschko, avisou os habitantes da capital ucraniana de que se devem preparar para o pior neste inverno, se a Rússia continuar a atacar as infraestruturas de energia.


Autor: Lusa /AO Online

“Estamos a fazer tudo para evitar isso. Mas, sejamos francos, os nossos inimigos estão a fazer tudo para que a cidade fique sem aquecimento, sem eletricidade, sem abastecimento de água”, denunciou o autarca.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já reconheceu hoje que cerca de 4,5 milhões de pessoas estão sem eletricidade, pedindo aos ucranianos para suportarem as dificuldades.

A Rússia tem-se concentrado a atacar as infraestruturas de energia da Ucrânia, no último mês, provocando cortes de energia frequentes em todo o país.

Kiev quer instalar cerca de 1.000 pontos de aquecimento, mas não há garantias que tal seja suficiente para uma cidade de três milhões de habitantes.

À medida que a Rússia intensifica os ataques à capital, as forças ucranianas avançam no sul.

Os habitantes da cidade ucraniana de Kherson, ocupada pela Rússia, receberam mensagens de alerta nos telemóveis, pedindo que evacuassem o mais rápido possível, para se precaverem de um previsível ataque das forças controladas por Kiev.

As forças russas estão a preparar-se para uma contra-ofensiva ucraniana, que poderá tentar a recuperação da cidade de Kherson, no sul, que foi capturada durante os primeiros dias da invasão.

Em Kherson, a Rússia está “a ocupar e a evacuar” a cidade, ao mesmo tempo, tentando convencer os ucranianos de que estão a sair, quando, na verdade, estão a fugir, disse Nataliya Humenyuk, porta-voz das Forças do Sul da Ucrânia, em declarações à televisão estatal.

As forças russas também estão a atacar uma região disputada no leste, destruindo quase completamente as centrais de energia que servem a cidade de Bakhmut e a cidade vizinha de Soledar, informou hoje Pavlo Kyrylenko, governador ucraniano da região.

Entre sábado e o dia de hoje, a Rússia lançou quatro mísseis e 19 ataques aéreos atingindo mais de 35 aldeias em nove regiões, de Chernihiv e Kharkiv, no nordeste, a Kherson e Mykolaiv, no sul, de acordo com as autoridades ucranianas.

A linha de frente está agora nos arredores de Bakhmut, onde mercenários do Grupo Wagner, uma sombria companhia militar russa, estão a liderar o ataque.

A boa notícia para os ucranianos, hoje, foi a confirmação de que a central nuclear de Zaporijia foi de novo conectada à rede elétrica, o que lhe permite manter os sistemas vitais de arrefecimento dos seus seis reatores.

A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.


PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados