Com “este tipo de comunicado da Ryanair, nós, infelizmente, já estamos habituados. É a forma como fazem a sua pressão negocial dentro das conversações que vão fazendo nas regiões onde atuam”, afirmou Luís Capdeville Botelho à agência Lusa.
O presidente do conselho de administração da Visit Azores adiantou que a associação “mantém o contacto” com a Ryanair e insistiu que a posição da companhia aérea de baixo custo é uma forma de “fazer pressão” à ANA e ao Governo da República.
“Ainda hoje já tive oportunidade de falar com eles [Ryanair]. É como lhe disse. É uma forma de fazer pressão sobre a ANA - Aeroportos relativamente às taxas e ao Governo central com as taxas que vêm por obrigação da União Europeia. Nada mais do que isso”, avançou.
Luís Capdeville Botelho lembrou que, em setembro, a Ryanair também emitiu um comunicado a anunciar a intenção de “reabrir a base em Ponta Delgada” e realçou que a saída da companhia dos Açores não é um processo “completamente fechado”.
“É apenas uma forma e uma ferramenta que utilizam na negociação, porque, na verdade, continua-se a conversar com a companhia. Não está completamente fechado”, adiantou.
Ressalvando tratar-se “apenas de uma posição negocial”, o responsável pela associação que gere a promoção turística dos Açores considerou que o mercado tem capacidade para se “adaptar à procura” mesmo num “cenário mais catastrófico”.
Capdeville Botelho recordou que no inverno em 2023, quando a Ryanair reduziu 65% da sua operação nos Açores, o arquipélago registou um “crescimento de dormidas e hóspedes”.
“É uma forma de pôr pressão cá fora. Especialmente nesta altura do ano. Não será inocente o ‘timing’ da comunicação. Acho que não é motivo, neste momento, de real preocupação. É apenas uma forma de fazer pressão num momento específico do ano”, reforçou.
