Autor: Rafael Dutra
Nos Açores são três as bibliotecas municipais que integram a Rede Nacional de Bibliotecas Públicas (RNBP), nomeadamente a Biblioteca Municipal Silvestre Ribeiro, da Praia da Vitória, da ilha Terceira, a Biblioteca Municipal da Madalena e a Biblioteca Municipal de São Roque do Pico, da ilha do Pico, e que poderão beneficiar da iniciativa BiblioLED.
Promovida pela Direção-Geral do Livro, a BiblioLED é um novo serviço das bibliotecas públicas que permite aceder, de forma gratuita, através de uma plataforma, a livros digitais e audiolivros em todo o país, que ficou disponível desde a passada segunda-feira.
Este serviço apenas está disponível em três bibliotecas municipais açorianas. Por este motivo, o Açoriano Oriental procurou saber porquê a RNBP tem tão poucas bibliotecas da Região.
Fonte
da Direção Regional da Cultura, da Secretaria Regional da Educação,
Cultura e Desporto, afirmou ao Açoriano Oriental que o Programa Rede
Nacional das Bibliotecas Públicas define os objetivos e o funcionamento
do apoio à criação e desenvolvimento das bibliotecas públicas dirigido
aos Municípios portugueses.
“Nesse sentido apenas podem integrar a RNBP, as bibliotecas que dependem dos municípios, cabendo a cada autarquia, de acordo com os requisitos do programa, o interesse de integrarem ou não esta mesma rede”, sustentou a mesma fonte.
A Direção Regional da Cultura, questionada se está a trabalhar para a inclusão das bibliotecas açorianas, admitiu que “tem todo o interesse em que integrem, a RNBP, mais bibliotecas municipais açorianas”, mas ressalvou que esta decisão “ não depende do Governo Regional, mas sim dos municípios”.
O Açoriano Oriental contactou as seis autarquias da ilha de São Miguel, na perspetiva de averiguar se existem candidaturas a este rede em curso, se as bibliotecas cumprem este requisitos, e se está a ser feito algo no sentido de atingir estes critérios.
“A Biblioteca Municipal de Vila Franca do Campo não faz parte, ainda, da orgânica da Câmara Municipal de Vila Franca do Campo, motivo pelo qual não pode fazer parte da RNBP”, afirmou a autarquia vilafranquense.
Não obstante, o município diz que está a aguardar aprovação do Fundo de Apoio Municipal (FAM), para a nova reestruturação orgânica proposta e deliberada na última sessão da assembleia municipal, decorrida a dezembro do ano passado.
“A ser aprovada, abrirá caminho para que a nossa biblioteca possa, finalmente, integrar a RNBP”, destaca a Câmara Municipal deVila Franca do Campo.
A autarquia do Nordeste, apenas confirmou que a biblioteca municipal deste município não integra esta rede, mas, à data de escrita deste artigo não adiantou se está a ser feito algo nesse sentido.
Por sua vez, a Câmara Municipal da Povoação indicou que a biblioteca municipal não cumpre os requisitos necessários para aderir à RNBP.
Conforme apurou o Açoriano Oriental, existem uma série de diferentes critérios, sendo que em causa, está, por exemplo, o número de funcionários: tem de haver um mínimo de técnicos superiores e assistentes técnicos (com formação específica na área das bibliotecas e documentação), havendo, porém, mais uma série de exigências.
As três restantes câmaras municipais (Lagoa, Ribeira Grande e Ponta Delgada), à data de fecho da corrente edição, não responderam às questões colocadas peloAçoriano Oriental.
Refere-se ainda que, de acordo com a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), o objetivo da BiblioLED é “fomentar os hábitos de leitura, promover serviços de qualidade nas bibliotecas municipais, promover a literacia digital e facilitar o acesso a livros digitais e audiolivros, em complemento ao serviço presencial já oferecido pelas 445 bibliotecas”.
O catálogo inicial é constituído por “uma coleção nacional de 1500 títulos disponibilizada a todas as bibliotecas da RNBP e por 25 coleções regionais apenas acessíveis aos utilizadores em cada Rede Intermunicipal e Rede Metropolitana de Bibliotecas”, prossegue a DGLAB.
Segundo avançado pela Lusa, os conteúdos disponíveis, em
formato de livro digital e de audiolivro, com títulos de ficção e não
ficção, são maioritariamente em língua portuguesa.
O serviço vai estar permanentemente acessível - 24 horas por dia, sete dias por semana - por meio de 'smartphones', 'tablets', leitores 'online' e 'e-readers', a partir de qualquer lugar, sendo possível ajustar o modo de leitura, modificando o tipo e o tamanho da letra, o espaçamento entre linhas e a cor do fundo.
Para aceder, basta ao leitor estar inscrito numa biblioteca municipal da RNBP, que tenha aderido ao serviço da BiblioLED.