Açoriano Oriental
Base das Lajes
André Bradford: Obrigação do PS/Açores não é defender interesses do Governo central

O líder parlamentar do PS na Assembleia Legislativa dos Açores afirmou esta sexta-feira que a obrigação do partido que suporta o Governo Regional é defender os açorianos e não defender os interesses político-partidários do executivo nacional.


André Bradford: Obrigação do PS/Açores não é defender interesses do Governo central

Autor: Lusa/AO online

“A nossa obrigação, enquanto partido que suporta um governo na região, é, desde logo e sempre, a de defendermos os interesses dos açorianos, não o de defendermos os interesses político-partidários do Governo da República só porque ele é do mesmo partido que nós. Isso não acontece, não acontecerá, nunca acontecerá”, afirmou André Bradford, também vice-presidente do PS/Açores.

André Bradford falava aos jornalistas após ser questionado sobre as declarações do líder do PSD/Açores, Duarte Freitas, que na quinta-feira disse existir uma “dissonância grave” entre as declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros e do presidente do Governo Regional.

“Já estivemos em desacordo com governos da República do PSD, já estivemos historicamente em desacordo com governos da República do PS e estaremos sempre em desacordo, independentemente do partido que governa na República, quando a atuação do Governo da República lesar os interesses dos Açores”, afirmou.

Na quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, anunciou no parlamento que o orçamento da Defesa dos Estados Unidos da América recomenda ao Pentágono que analise “usos adicionais para a presença militar” norte-americana na base das Lajes, nos Açores.

Um dia depois, o presidente do governo açoriano, Vasco Cordeiro, defendeu rigor na questão da base das Lajes, referindo não ser verdade que o orçamento de Defesa norte-americano para 2018 estabeleça a possibilidade de “usos adicionais”.

Ao comentar a “dissonância grave”, Duarte Freitas considerou ainda que “não pode um membro do Governo dos Açores andar a oferecer casas que são dos americanos para projetos na ilha Terceira” quando é do conhecimento dos dois governos que “as casas dos americanos - que já quiseram entregar a Portugal várias vezes e que nunca foram aceites e bem – são talvez uma das principais mais-valias” que a região tem para “garantir alternativas futuras para a base”.

O dirigente social-democrata referia-se a um vídeo promocional do projeto “Terceira Tech Island”, em que surge o vice-presidente do Governo Regional, Sérgio Ávila, a anunciar que a ilha tem cerca de 400 casas para disponibilizar.

André Bradford considerou ainda que “se a região puder beneficiar da componente que foi desativada militarmente nas Lajes para o desenvolvimento da ilha Terceira e da sua economia, pois é inaceitável que alguém esteja contra esse facto”.

“Algum açoriano que esteja contra esse facto não merece a nossa compreensão”, adiantou, argumentando ser “inaceitável que pessoas com responsabilidades políticas na região prefiram aquilo que julgam ser um incomodozinho ao Governo do que defenderem intransigentemente os interesses dos terceirenses nesse caso particular e da economia da Terceira”.

Para André Bradford, “se o que for desativado na base das Lajes puder ser utilizado pela economia da ilha terceira para a recuperação que tem que fazer face à saída do contingente americano, deve acontecer”.


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