Autor: Lusa/AO Online
A força naval em que segue o vaso de guerra português, constituída por dois navios norte-americanos e um italiano, deixou terça-feira às 15:00 (12:00 em Lisboa) o Canal do Suez e navega agora para sul, no Mar vermelho, devendo chegar à área de operações no domingo, segundo o comandante Santos Fernandes.
O porta-voz da NATO, que falava à Lusa por telefone a bordo da "Álvares Cabral", que será o navio-chefe das operações, precisou que a cerimónia de transferência de responsabilidades no comando da "Ocean Shield" está marcada para segunda-feira.
O contra-almirante José Pereira da Cunha, que chefiará as operações da NATO entre 09 de Novembro e 25 de Janeiro, explicou terça-feira à Lusa que esta nova missão tentará complementar as acções militares com o envolvimento da comunidade marítima e dos países da área na prevenção e combate á pirataria.
Na sua perspectiva, a missão "Ocean Shield" tem por objectivos fundamentais "o conhecimento da situação marítima na área, e a continuação da construção desse conhecimento para operações futuras, bem como deter a capacidade de manobra dos clãs piratas, não só no Golfo de Áden, mas também na bacia da Somália".
Esta vasta área ao largo da costa leste somaliana, que se estende do Corno de África até às Seichelles, é uma das zonas do planeta com maior tráfego marítimo e onde se têm verificado numerosos ataques de piratas a cargueiros e petroleiros.
Outro aspecto relevante da missão, frisou o contra-almirante José Pereira da Cunha, "será a coordenação e articulação integrada com todas as forças importantes na área e actores individuais, como a China, Rússia, Japão e Singapura, que dispõem de meios na zona para contribuir para as operações".
Finalmente, sublinhou a importância do envolvimento da comunidade marítima na promoção de medidas de segurança tendentes a reduzir os incidentes de pirataria.
"A NATO está muito interessada no envolvimento das companhias de navegação e dos mestres dos navios mercantes no sentido de criarem medidas mais eficazes para reduzir os efeitos dos ataques de pirataria", afirmou.