Na 12.ª sessão do julgamento, cujo início está marcado para as 09:30, deverá ser ouvida Teresa Magalhães, especialista do Instituto Nacional de Medicina Legal, que fez um relatório, requerido pelo Tribunal de Faro, sobre as fotografias onde Leonor Cipriano aparece com lesões em vários sítios da cara e corpo.
Uma fonte ligada ao processo adiantou à Agência Lusa que a especialista concluiu no relatório que os ferimentos tinham sido efectuados em "três episódios traumáticos" diferentes, havendo hematomas de três a quatro dias, outros com oito a nove dias e outros ainda com 21 dias.
A especialista, que nunca viu ao vivo as alegadas lesões de Leonor Cipriano, exclui ainda, no relatório, a possibilidade de queda de escadas como causa das lesões.
A defesa dos actuais e ex-inspectores da Polícia Judiciária (PJ) argumenta, todavia, que a tese da queda das escadas não pode ser excluída, por causa do "mecanismo traumático".
O "caso Joana" remonta a 12 de Setembro de 2004, dia em que a menina, de oito anos, desapareceu da aldeia de Figueira, concelho de Portimão, Algarve, e cuja mãe, Leonor Cipriano, e o tio João Cipriano (ambos irmãos), estão condenados pelo Supremo Tribunal de Justiça a 16 anos de prisão pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver da criança.
Antes de estar a cumprir a pena na prisão de Odemira, a mãe de Joana esteve presa preventivamente e foi inquirida diversas vezes por inspectores na Directoria de Faro da PJ.
As acusações do Ministério Público contra actuais e ex-inspectores da Judiciária surgiram na sequência dos interrogatórios na PJ de Faro. Três estão acusados de crime de tortura, um é acusado de não ter prestado auxílio e omissão de denúncia e um quinto é acusado de falsificação de documento.
