Autor: Lusa/AO Online
Em declarações aos jornalistas, após a entrega formal da documentação à Comissão Nacional da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), em Lisboa, o governante adiantou que a embaixadora que recebeu a candidatura ficou com "boa impressão" do processo vindo dos Açores.
"É com alguma satisfação e muito boa expetativa que esperamos que a candidatura venha a ser aprovada, para dar início a um novo ciclo para a ilha de São Jorge", destacou Luís Neto Viveiros.
Segundo o governante, esta candidatura, que agora será apreciada em Paris, irá significar para os Açores "responsabilidades acrescidas" em termos de gestão da futura Reserva da Biosfera.
A candidatura das fajãs de São Jorge a Reservas da Biosfera inclui cerca de meia centena de cartas de apoio de outros países e regiões que já têm o mesmo estatuto e ainda cartas de "todas as freguesias da ilha de São Jorge".
A resposta à candidatura açoriana só será dada em março de 2016, no Peru, onde decorrerá o próximo Congresso Mundial de Reservas da Biosfera.
Os Açores possuem três ilhas classificadas como reserva da biosfera (Flores, Corvo e Graciosa), havendo no total do país oito zonas com esta distinção.
As fajãs de São Jorge - que são mais de 70 e, em diversos casos, de difícil acesso - são terrenos planos ao nível do mar numa ilha que é muito escarpada e com alguma altitude.
As fajãs resultaram da acumulação de detritos, na sequência de terramotos ou de escoadas lávicas das erupções vulcânicas e os seus terrenos planos e férteis, onde existe um clima mais ameno do que nos pontos altos da ilha, acabaram por ser usados pelas populações, ao longo dos séculos, para a agricultura.