As crónicas também vão de férias. Ou melhor: o cronista foi, e com ele a crónica, mesmo que o espaço de duas semanas entre os textos não torne isso visível. Aproveitei para pôr leituras em dia e, sobretudo, para pensar com mais distância do imediato, longe das notificações, das agendas e das urgências impostas pelo quotidiano.
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Vivemos um tempo estranho em que, apesar de vivermos melhor do que qualquer geração anterior, nos sentimos derrotados. Como se alguém...
Numa era de crescente hostilidade às regras do jogo democrático, as forças políticas da ordem liberal enfrentam um dilema desconfortável: devem “descer” ao nível dos que minam o sistema para o tentar...
Guy Debord escreveu A Sociedade do Espetáculo em 1967. Descrevia um mundo em que a representação substitui a realidade e a experiência...
Em 1859, Charles Dickens escreveu Um conto de duas cidades. O início do romance é talvez ainda mais conhecido que a obra:...
A Europa encontra-se hoje encurralada entre dilemas estratégicos. De um lado, os Estados Unidos continuam a ser o principal aliado político, militar e comercial do continente, peça indispensável na...
Quis o destino que a data de publicação desta crónica coincidisse com o aniversário do 11 de setembro de 2001. Esta é, como poucas, uma oportunidade para refletir sobre as profundas mudanças que conhecemos...
Em 2011, quando o voo do projeto europeu começava a perder fulgor, o académico britânico Timothy Garton Ash identificou, numa entrevista ao Der Spiegel, a geração “easyJet Europe”: aquela que gozava...
Em Aprender a Rezar na Era da Técnica, Gonçalo M. Tavares descreve a ascensão de Lenz Buchmann, um médico que abandona a medicina para se dedicar à política, convencido de que a eficácia da técnica...
The Importance of Being Earnest, a peça de Oscar Wilde, satirizava a elite vitoriana e a sua obsessão com nomes, aparências e convenções. A tradução portuguesa perdeu o trocadilho (entre “Ernest”, o...
Vim para São Miguel aos quatro anos. Tenho poucas memórias anteriores aos Açores, como qualquer miúdo dessa idade, mas lembro-me...
A violência motivada por razões políticas é, em democracia, o mais idiota dos crimes. Num regime com regras iguais para todos e eleições livres — como é o caso de Portugal, e da maioria das democracias...
