A chefe da missão de observação da União Europeia às eleições, a italiana Luisa Morgantini, vice-presidente do Parlamento Europeu, afirmou cerca de duas horas depois da hora marcada para abertura das mesas de voto em todo o país (7:00) que a organização nas assembleias de voto que visitou em Luanda (Cacuaco e Boavista) era "um desastre, péssima".
Nas mesas visitadas, em duas importantes zonas residenciais, nada estava preparado e faltavam cadernos eleitorais para que pudesse ser confirmada a identidade dos votantes, segundo disse.
Também Isaías Samakuva, líder da UNITA, principal partido da oposição, afirmou à Lusa momentos após votar no Bairro de Maianga (Luanda) que o processo eleitoral em Luanda estava a decorrer "com grande confusão".
“Há muitas assembleias de voto que não estão a funcionar, faltam cadernos eleitorais, algumas não estão sequer instaladas, delegados de lista foram rejeitados, alguns receberam credenciais falsas, com números de código de assembleias que não existem”, afirmou.
Questionado sobre se a situação coloca em causa a credibilidade do processo eleitoral, respondeu que a votação "é inaceitável" se as coisas continuarem assim.
Luanda concentra cerca de um terço dos 8,3 milhões de eleitores inscritos para a votação de hoje.
O Presidente angolano e líder do MPLA, José Eduardo dos Santos, votou às 08:35 locais (mesma hora em Lisboa) na Cidade Alta, em Luanda, acompanhado da mulher, Ana Paula dos Santos.
Em declarações exclusivas à Televisão Popular de Angola (TPA), momentos após ter votado em Luanda, Eduardo dos Santos salientou que o dia de hoje constitui um "momento político e histórico muito importante" para o país.
"Este é um momento político muito importante e histórico para Angola. O mais importante para todos será que Angola saia vencedora desta grande competição para a consolidação da democracia", sublinhou José Eduardo dos Santos.
Em todo o país os eleitores terão começado a afluir às assembleias de voto logo às primeiras horas da madrugada.
A situação é aparentemente mais fluída fora de Luanda, embora a União Europeia, tal como a UNITA, fale de "pequenos problemas" pontuais.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Angola admitiu "atrasos ligeiros" na abertura de assembleias de voto, sobretudo em Luanda, que atribuiu a dificuldades na acreditação dos respectivos membros das mesas.
O porta-voz da CNE, Adão e Silva, apelou para a paciência dos eleitores face aos atrasos registados e assegurou que as assembleias fecharão só "depois de o último eleitor votar", adiantando que um eventual prolongamento da votação será decidido após uma primeira avaliação da situação.
Eleições
Votação em Angola arranca com relatos de atrasos
As eleições legislativas angolanas, as primeiras desde 1992, arrancaram esta sexta-feira com atrasos na abertura das urnas, sobretudo em Luanda, com relatos de desorganização, falta de cadernos eleitorais e dificuldades na acreditação dos membros das mesas de voto.
Autor: Lusa/AO online
