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Médio Oriente
Von der Leyen insta Israel a levantar bloqueio severo de ajuda que dura há 11 semanas

A presidente da Comissão Europeia hoje Israel a levantar o “bloqueio severo” de ajuda humanitária em Gaza, que entra na 11.ª semana, condenando também a “escalada e o uso desproporcionado da força” israelita, embora falando de “autodefesa”

Von der Leyen insta Israel a levantar bloqueio severo de ajuda que dura há 11 semanas

Autor: Lusa/AO Online

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, teve uma conversa telefónica com o rei Abdullah II da Jordânia, com quem debateu o “agravamento da situação humanitária em Gaza, que entra agora na sua 11.ª semana sob um bloqueio severo”, indicou o executivo comunitário em comunicado.

Citada pela nota, Ursula von der Leyen argumentou: “A Comissão Europeia sempre apoiou - e continuará a apoiar - o direito de Israel à segurança e à autodefesa, mas esta escalada e o uso desproporcionado da força contra civis não podem ser justificados ao abrigo do direito humanitário e internacional”.

Por isso, “Israel tem de restabelecer imediatamente a prestação de ajuda, em conformidade com os princípios humanitários, com a participação da ONU [Organização das Nações Unidas] e de outros parceiros humanitários internacionais”, instou a responsável.

Para Ursula von der Leyen, “a expansão das operações militares de Israel em Gaza, que visam infraestruturas civis, entre as quais uma escola que servia de abrigo a famílias palestinianas deslocadas, matando civis, incluindo crianças, é abominável”.

A responsável não só pediu que o Governo israelita “ponha imediatamente termo à atual escalada”, como exortou também o grupo islamita palestiniana Hamas a “libertar imediatamente e sem demora os restantes reféns cruelmente detidos desde 07 de outubro de 2023”.

Ursula von der Leyen tem enfrentado sérias críticas na União Europeia (UE) pela sua posição face ao conflito em Gaza, especialmente devido à sua resposta inicial considerada parcial e ao seu silêncio perante alegadas violações do direito internacional por parte de Israel.

Questionada minutos antes sobre o posicionamento da responsável na conferência de imprensa diária da instituição, a porta-voz da Comissão Europeia, Paula Pinho, garantiu que Ursula von der Leyen “está muito preocupada com a gravidade da situação em Gaza”.

“Isso também faz parte do contexto da chamada com o rei da Jordânia, dado também o papel da Jordânia na região”, adiantou a porta-voz, em declarações em Bruxelas.

Sob pressão dos aliados, Israel começou a permitir a entrada de ajuda humanitária em Gaza na semana passada, depois de ter bloqueado a entrada de alimentos, medicamentos, combustível e outros bens desde o início de março.

Os grupos de ajuda humanitária alertaram para a fome e dizem que a ajuda recebida está muito longe de satisfazer as necessidades crescentes.

Outros líderes da UE têm sido mais vocais em condenar a situação humanitária em Gaza, causada pelos entraves israelitas à ajuda humanitária e aos constantes bombardeamentos das forças de Israel, que já mataram milhares de civis.

Na segunda-feira, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, manifestou, numa chamada com o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, “graves preocupações relativamente à situação humanitária catastrófica em Gaza”, exortando Israel a permitir acesso imediato a assistência.

A guerra eclodiu em Gaza após um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou quase 54 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.


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