Açoriano Oriental
Vendas de bacalhau pronto a cozinhar superam pela 1ª vez as do tradicional
O bacalhau pronto a cozinhar destronou, pela primeira vez, o tradicional nas vendas da Riberalves, passando a representar 52% do volume de negócios da empresa líder do mercado nacional.
Vendas de bacalhau pronto a cozinhar superam pela 1ª vez as do tradicional

Autor: Lusa/AO Online

 

"Pela primeira vez, a nossa faturação global vai ser de cerca de 52% de bacalhau pronto a cozinhar e 48% de bacalhau seco e essa tendência também se verifica nas vendas deste natal", afirmou Ricardo Alves, administrador da empresa, à Lusa.

A inversão da tendência de vendas do bacalhau pronto a cozinhar, já demolhado, cortado e congelado, e do bacalhau seco tradicional reflete os novos hábitos de vida e de consumo.

"Cada vez mais, as pessoas passam mais tempo fora de casa, trabalham mais horas e, como demolhar o bacalhau obriga a mudar a água de seis em seis horas, essa prática torna-se impraticável", explicou.

Para fazer chegar ao consumidor o bacalhau demolhado, cortado e ultracongelado, a empresa tem vindo a investir desde 2003 na fábrica da Moita 45 milhões de euros em maquinaria para as novas linhas de transformação da matéria-prima.

Além da tradicional secagem com sal, o bacalhau é cortado em postas, demolhado em enormes tanques de água e congelado. As várias fases de produção empregam 160 trabalhadores, de um total de meio milhar nas várias fábricas da empresa.

Para acompanhar as exigências dos consumidores, a Ribeiralves prepara-se para lançar, no início do próximo ano, um novo produto, o bacalhau sem espinhas e sem pele, que obriga a um investimento de meio milhão de euros.

Apesar de as vendas no mercado nacional estarem a aumentar e a tradição do consumo do bacalhau estar para ficar, a empresa estima uma quebra de 5% nas vendas da quadra natalícia e no resto deste ano.

"As vendas estão ligeiramente abaixo, cerca de 5%, devido à crise económica no Brasil e Angola", os dois principais países para onde a empresa exporta, prevendo fechar o ano com menos 10% de exportações, disse Ricardo Alves.

Neste período do ano, a Ribeiralves estima faturar 27 a 30 milhões de euros, dos quais 22 milhões com o bacalhau pronto a cozinhar.

Com fábricas em Torres Vedras, Moita, Brasil e Angola, a empresa estima fechar este ano com uma faturação entre 138 a 140 milhões de euros, 30% dos quais no mercado da exportação, com o bacalhau pronto a cozinhar a representar 20% das vendas e o seco 35%.

Por ano, vende 32 mil toneladas, tendo 13% da quota do mercado mundial, e é a maior em todo o mundo a transformar bacalhau.

 

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