Açoriano Oriental
Venda de diamantes rende 1,2 mil milhões de dólares em 2006
A venda de diamantes por Angola atingiu no ano passado lucros avaliados em 1,2 mil milhões de dólares, anunciou o director de comercialização da empresa SODIAM, Hélder Milagre.

Autor: Lusa / AO online
    Segundo este responsável citado hoje pelo Jornal de Angola, esse montante resulta da venda de 9,4 milhões de quilates de "quimberlitos".

    Hélder Milagre, que falava num seminário subordinado ao tema "Potencial Geológico e Mineiro", organizado pelo Ministério da Geologia e Minas angolano e dirigido aos profissionais da comunicação social, afirmou que dos diamantes comercializados, mais de oito milhões de quilates equivalem à produção industrial de diamantes e o restante à produção artesanal.

    Esta meta representa um aumento de 32,22 por cento de diamantes em relação ao ano de 2005, altura em que os níveis de produção se estimavam em mais de sete milhões de quilates.

    De acordo com o director de comercialização da SODIAM, o principal mercado da venda do "quimberlito" angolano é liderado pelo Dubai, com 32 por cento, seguido da Antuérpia, com 28 por cento, Hong-Kong, com 19 por cento, Genebra, 10 por cento, e Telavive, sete por cento dos diamantes angolanos.

    O responsável acrescentou que Angola pretende transformar-se numa praça mundial de diamantes, pelo que o Estado deve trabalhar na criação de joalharias no país para evitar que as pedras preciosas tenham outros destinos.

    Hélder Milagre, cuja intervenção se centrou no tema "Comercialização de Diamantes em Angola", lembrou a recente decisão governamental de tornar a SODIAM na responsável pela comercialização de diamantes no país.

    Antigamente, o processo passava pela CSO, o equivalente à OPEP nos petróleos, com sede em Londres e subsidiária da multinacional sul-africana De Beers.

    Nos debates, foi realçada a necessidade de se terem em conta as problemáticas ambientais e de formarem quadros, de forma a que a investigação geológico-mineira possa ser alvo de maiores investimentos.

    Ao fazer um balanço dos últimos anos, Hélder Milagre esclareceu que em 2004 o país teve uma exploração calculada em 6,1 milhões de quilates, enquanto em 2003 a produção dos jazigos cifrou-se em 6,6 milhões de quilates.

    Para a lapidação dos diamantes angolanos existe a empresa "APD", a primeira no país que detém quatro por cento dos diamantes comercializados.

    Participam na distribuição dos diamantes angolanos no mundo as empresas ADTS, Alrosa, SODIAM, Leviev, Rio Tinto, BHP Billiton, entre outras.

    Segundo Hélder Milagre, a região do leste de Angola é a principal fonte da produção diamantífera, onde se encontram em desenvolvimento os projectos Catoca, Cuango, Calonda, Sociedade de Desenvolvimento Mineiro (SDM), Chitotolo, Luô, Lucapa, Yetwene e Lucapa.

    Apesar de existir exploração ilegal em muitas localidades, a exploração oficial representou durante o ano passado 66 por cento da produção e a artesanal 34 por cento.

    Segundo este responsável, com a exploração ilegal de diamantes, os cofres da SODIAM perderam cerca de 380 milhões de dólares.

    Os actuais níveis de produção de diamantes colocam Angola como o quinto país no "ranking" mundial de vendas, depois do Botsuana, Rússia, Canadá e África do Sul.

    Para aumentar os níveis de produção de "quimberlitos" e a redução da exploração informal, a SODIAM realiza estudos de viabilidade e prospecção nas províncias do Bié, Cuanza-Sul, Cunene e Cuando-Cubango.

    Hélder Milagre anunciou ainda que a Empresa Nacional de Diamantes de Angola (ENDIAMA) está a levar a cabo um estudo de reconversão dos garimpeiros em trabalhadores artesanais.

    A maior produtora angolana de diamantes, a Sociedade Mineira de Catoca, obteve em 2006 lucros operacionais no valor de 171,2 milhões de dólares, contra os 133, 2 milhões do ano anterior.

    Os lucros líquidos desta empresa diamantífera atingiram 108,9 milhões de dólares, enquanto em 2005 atingiu os 83,4 milhões.
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