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“Vem cantar com a Cacau” para levar música aos mais novos

“Vem Cantar com a Cacau” é um projeto musical bem conhecido na ilha Terceira, onde se exibe com frequência e regularidade e com ocasionais apresentações noutras ilhas, nomeadamente no âmbito das festas de Verão.

“Vem cantar com a Cacau” para levar música aos mais novos

Autor: Tarcísio Pacheco

“Vem Cantar com a Cacau” é um projeto musical bem conhecido na ilha Terceira, onde se exibe com frequência e regularidade e com ocasionais apresentações noutras ilhas, nomeadamente no âmbito das festas de Verão, mas não só. Ainda recentemente, no final de 2019, o projeto foi contratado para atuar na ilha das Flores e na ilha do Faial, onde nunca chegou, depois do grupo ter ficado retido em Ponta Delgada, mercê de uma infeliz combinação entre mau tempo e greve na SATA.

Este é um projeto de música infantil, com interpretações e adaptações de temas desta área, pouco explorada entre nós. Musicalmente, o grupo atua apenas com um teclista, Antero Ferreira, pois o suporte musical necessário é mínimo. Contribui para a animação um grupo de duas ou três colaboradoras, Catarina, Filipa e Josefa que, equipadas com fantasias e adereços, vão interagindo com o público e desenhando coreografias de dança. A vocalista e mentora é Cacau Cruz, que lançou o projeto, com Paulo Borba, empresário do ramo musical e dono da empresa PB Produções.

Cacau Cruz é o nome artístico de Claudiana Ferreira Cruz, uma cidadã brasileira de Feira de Santana, estado da Bahia, que vive na ilha Terceira desde 2008. Cacau, como é carinhosamente chamada na ilha, nasceu no seio de uma família ligada à música e começou a cantar ainda criança. O seu pai, conhecido como “Seu Luís do Cavaquinho”, é um virtuoso tocador de bandolim, autodidata, dedicado sobretudo ao “chorinho”, um género de música instrumental e popular, surgido na área do Rio de Janeiro no século XIX, cuja composição instrumental típica é de violão, bandolim ou cavaquinho e pandeiro e que conta com muitos executantes ilustres na sua história, como Pixinguinha ou Jacob do Bandolim. Um dos irmãos de Cacau, Claudilson Cruz, é um excelente músico, exímio tocador de violão de sete cordas, possuidor de uma voz muito agradável, professor de guitarra, que atuou em diversas bandas e chegou a ser contratado para cantar no Japão.

Com estes antecedentes familiares, não admira que Cacau, única menina em cinco filhos, tivesse nascido com talento para a música. Com efeito, cresceu e viveu sob o signo da música, cantando desde criança com o pai e o irmão. Mais tarde, começou a trabalhar em colégios da sua cidade, como professora de musicalização infantil e era já uma figura bastante conhecida em Feira de Santana, a 2.ª cidade do estado da Bahia, com 3 milhões de habitantes, quando Portugal e os Açores cruzaram o seu percurso de vida.

Com efeito, Cacau veio viver para os Açores em 2008, por motivos do coração, uma vez que se envolveu romanticamente com um terceirense, com quem veio a casar em 2009. Posteriormente, ocorreu o divórcio, mas, entretanto, nasceu Júlia, uma menina que tem agora 9 anos de idade, conhecida como “Cacauzinha” e isso contribuiu para a decisão de Cacau de permanecer na Terceira.

Nesta ilha, Cacau continuou a dedicar-se à música, de diversas maneiras, especialmente na área da musicalização infantil, trabalhando atualmente em diversos colégios e jardins de infância de Angra do Heroísmo e de outras localidades como monitora independente, o que a tornou uma figura muito popular entre as crianças e seus familiares.

Desde muito cedo que, como vocalista, alinhou num projeto que teve bastante êxito, os BOSSA QUINTET, uma banda de covers brasileiros de qualidade, nomeadamente de samba e MPB, com músicos locais bem conhecidos, nomeadamente, Duarte Dores, no violão, Paulo Cunha, no baixo, Rui Melo no saxofone e Eduardo Costa (Dudu do Pandeiro) na percussão; ficaram para a história, concertos em que centenas de pessoas dançavam com uma fita amarela na mão, ao som do tema “Fita Amarela”, do compositor carioca Noel Rosa; esta banda, se bem que não formalmente extinta, diminuiu bastante as suas aparições nos últimos tempos, por diversos motivos.

Mais tarde, Cacau foi também vocalista de outro projeto, recentemente extinto, os Brasil Top, uma banda de música comercial, portuguesa e brasileira, com Antero Ferreira nas teclas e Paulo Borba na bateria, destinada à animação de bailes e festas populares. Ocasionalmente, Cacau junta-se com outros músicos para concertos diversos e foi já publicamente homenageada numa gala do “Planeta Mulher”, programa radiofónico de Claudine Lourenço, do Rádio Clube de Angra, como uma das mulheres em destaque na sociedade terceirense.

Mas, efetivamente, tem sido o “Vem Cantar com a Cacau”, o seu projeto mais consistente e aquele que se mantém estável, em atividade permanente e com excelentes augúrios para o futuro.

O projeto “Vem Cantar com a Cacau” pode ser encontrado no Facebook, em página própria.

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