Açoriano Oriental
Unidade Cerebrovascular do HDES reabre esta segunda-feira com equipa médica em permanência

Encerrada desde a pandemia, a unidade de tratamento de doentes com AVC agudo reabre hoje com capacidade para quatro camas e uma equipa médica a tempo inteiro

Unidade Cerebrovascular do HDES reabre esta segunda-feira com equipa médica em permanência

Autor: Carolina Moreira

A Unidade de Doenças Cerebrovasculares do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, volta a ter, a partir desta segunda-feira, um espaço físico na unidade hospitalar, com capacidade para quatro camas e, pela primeira vez, uma equipa médica em permanência.

Encerrada desde 2020, devido a constrangimentos associados à pandemia, a unidade de tratamento e monitorização de doentes com AVC (Acidente Vascular Cerebral) agudo reabre hoje, com uma coordenação “partilhada” entre os serviços de Neurologia e de Medicina Interna do HDES.

Em entrevista ao Açoriano Oriental, o coordenador regional da Via Verde do AVC, Pedro Lopes, explica que a novidade nesta reabertura do espaço físico é mesmo o “reforço de uma equipa médica dedicada a esta unidade cerebrovascular e à Via Verde do AVC”.

“Em termos práticos, isto significa que temos sempre uma equipa médica dedicada ao tratamento agudo do AVC, 24 horas por dia, sete dias por semana, o que nunca aconteceu neste hospital, nem em nenhum outro dos Açores”, realça.

Segundo o médico neurologista, são várias as vantagens associadas a esta reabertura.

“Primeiro, no tratamento agudo do AVC. Nas primeiras horas, após início dos sintomas, existem tratamentos que podem ser feitos, tais como a fibrinólise que é realizada na própria unidade de doenças cerebrovasculares e a trombectomia mecânica que não existe nos Açores, encontrando-se os doentes a serem encaminhados para a Madeira, apesar de todo o processo ser desencadeado na nossa unidade”, esclarece.

Pedro Lopes considera que “o que conseguimos com a unidade física e a presença de médicos em permanência é um atendimento mais rápido a estes doentes, uma melhor monitorização de fatores como a tensão, as glicemias, fundamentais nas primeiras horas pós AVC e, com isso, melhores resultados e melhor prestação de cuidados”, destaca.
O médico faz ainda questão de realçar que, apesar de o espaço físico ter estado encerrado desde a pandemia, “nunca deixámos de ter a unidade. Funcionava com médicos de prevenção que eram chamados quando necessário”, adianta.

Questionado sobre o encaminhamento de utentes para a Unidade de Doenças Cerebrovasculares no hospital, Pedro Lopes explica que tudo começa com a chamada para o 112 e a entrada nas urgências do hospital, alertando para os sintomas do AVC.

“Na observação quer pela própria pessoa, quer de outras pessoas de sintomas de AVC, tais como boca ao lado, falta de força num dos lados do corpo ou dificuldade em falar, devem ligar ao 112 e explicar o mais detalhadamente possível a situação. O 112 encarregar-se-á de orientar ao hospital. Quando estes doentes chegam ao hospital, aí é que é ativada a Via Verde AVC, ativando esta equipa médica específica da Unidade de Doenças Cerebrovasculares e desencadeando todo o processo”, esclarece.

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