Tudo começou, no ano passado, com uma tentativa por parte da empresa Praia Saúde em patrocinar a equipa de Sub-11 do Clube União Micaelense que iria, então, participar na 17.ª edição do International Football Tournament Azores (IFTA) Under-11.
Não sendo possível apoiar a equipa infantil do clube “unionista”, uma vez que o prazo para a “angariação” de novos patrocinadores já se encontrava encerrado, a empresa especializada na venda de produtos ortopédicos e geriátricos, liderada por Paulo Bettencourt, manteve o compromisso este ano e apoiou monetariamente a equipa que, no entanto, e devido ao facto de ter subido de escalão, não poderá participar na próxima edição do torneio internacional infantil.
Ainda assim, e com o intuito de fazer jus ao lema do clube - “Somos um só” -, a equipa do escalão de Sub-12 do União Micaelense, comandada pelos treinadores José Gonçalves e João Céu, decidiu “transformar” o apoio monetário recebido numa oportunidade para ajudar as pessoas que mais precisam, revertendo o valor na compra de material ortopédico a ser depois entregue ao Hospital do Divino EspíritoSanto (HDES).
O gesto de solidariedade da equipa infantil do emblema “unionista” foi consumado ontem, numa singela, mas simbólica visita às instalações do serviço de ortopedia do HDES, onde foram entregues várias canadianas, um andarilho e uma cadeira sanitária.
Em representação daquela instalação hospitalar, António Rebelo, médico ortopedista e diretor do serviço de ortopedia do HDES, enalteceu o “espírito solidário” de um conjunto de “crianças que ainda estão em formação”, reforçando a “consequência” da oferta na vida das pessoas que mais necessitam daquele material.
“Para nós [HDES], este é um gesto, obviamente, enorme, sobretudo pela consequência desta oferta, que será muito útil a pessoas que vão necessitar dela. E, portanto, nesse contexto, mais do que a oferta em si, é o significado que ela transporta”, frisou António Rebelo.
Já Vera Santos, diretora do escalão de Sub-12 do União Micaelense, destacou a importância da iniciativa para demonstrar aos atletas como todos podem “ajudar” e “contribuir” para a comunidade.
“As crianças por norma vêm aqui
[hospital] em momentos mais infelizes, ora porque estão doentes, ora
porque estão magoadas. Hoje [ontem] é um momento de alegria podermos
trazer um grupo de crianças para fazer um gesto que é benéfico e uma
mais-valia para as pessoas que mais precisam”, sublinhou.
